O TRIPLO DE 2009

Falta de qualificação deixou 65 mil vagas abertas no Paraná no ano passado

A falta de qualificação dos trabalhadores é um dos motivos pelos quais mais de 65 mil vagas oferecidas pelas Agências do Trabalhador no Paraná deixaram de ser ocupadas. O número representa mais de 27% do total de vagas oferecidas em 2010 pelo sistema público que faz a intermediação de emprego, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (31) pelo Ministério do Trabalho e Emprego em conjunto com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

As informações fazem parte do Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda. Segundo o documento, o número de vagas que não foram preenchidas praticamente triplicou em 2010 em relação ao ano anterior.

Em 2010 foram oferecidas 237.856 oportunidades de trabalho pelas Agências do Trabalhador, destas 65.571 vagas permaneceram em aberto. Em 2009, das 182.084 vagas ofertadas, apenas 23.143 não haviam sido preenchidas.

De acordo com o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, Luiz Cláudio Romanelli a falta de qualificação dos trabalhadores é um dos itens que dificulta a recolocação no mercado de trabalho. O secretário comenta que as políticas públicas têm procurado identificar as principais demandas do mercado de trabalho para qualificar o trabalhador de modo a atender as exigências dos contratantes.

Outro fator que, segundo o secretário, dificulta a obtenção do emprego é a precariedade do sistema de transporte público. “O trabalhador não está onde o emprego está e muitas vezes a pessoa deixa de aproveitar a oportunidade de trabalho por falta de transporte, de formas de locomoção até o trabalho”, afirmou.

Escolaridade

Os dados também mostraram que 21,6% das vagas oferecidas no Estado em 2010 exigiaM o ensino médio completo. Em 21,5% das vagas o trabalhador precisava ter pelo menos concluído o ensino fundamental. Menos de 1% das oportunidades pretendia candidatos com nível superior.

O estudo também mostrou que aproximadamente 64% das vagas não exigiam experiência anterior no cargo.  

Rotatividade

O documento revelou também que mais da metade dos trabalhadores paranaenses com carteira assinada em 2010 estava no emprego há menos de dois anos.

Do total de trabalhadores com emprego formal, a maior parte, 15,8%, permaneceu no mesmo emprego entre um ano e dois. Outros 15% permaneceram entre seis e doze meses no emprego. Mais de 11% dos trabalhadores não ultrapassaram o período do contrato de experiência, de três meses.

Os dados paranaenses se assemelham aos percentuais médios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Apenas no Norte e Nordeste do País, os índices mostram maior permanência no mesmo emprego.