São Paulo (Abr) – As exportações de carne de frango voltaram a quebrar seus recordes históricos em outubro, com o melhor resultado mensal e também anual, segundo balanço da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef). Este foi o melhor mês de outubro da história para o setor, com a exportação de 259.763 toneladas de carne de frango e faturamento de US$ 351,8 milhões. Também houve recorde no acumulado dos dez primeiros meses: quase 2,4 milhões de toneladas e receita de US$ 2,862 bilhões.
É um crescimento de 18% em volumes exportados e de 33,5% em receitas na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos doze meses, as exportações do País registraram crescimento de 19% em volumes, embarcando 2,829 milhões de toneladas, e 33% em receita, com mais de US$ 3,311 bilhões de faturamento. A previsão do setor para 2005 é de faturamento de US$ 3,5 bilhões.
O principal destino da carne de frango brasileira é o Oriente Médio. Em 2005 já foram exportadas para a região 700.359 toneladas, por US$ 758,8 milhões. Valores 14% e 38% maiores aos do mesmo período do ano passado. A Ásia é o segundo maior comprador da carne de frango brasileira, com compras até outubro de 622.011 toneladas (+20%) a US$ 808,3 milhões (+30,5%).
Apesar de pouco significativo no conjunto, o mercado comprador que mais ampliou negócios com o Brasil foi o Mercosul. Na comparação com o mesmo período de 2004 o volume exportado foi 185 vezes maior, 1.480 toneladas. Já o faturamento cresceu 187 vezes, somando US$ 2,3 milhões.
Outros três mercados importantes para as exportações da carne de frango brasileira são: a União Européia (268.197 toneladas, US$ 465,3 milhões), a Rússia (228.074 toneladas, US$ 228,9 milhões) e a África (58.509 toneladas, US$ 108,4 milhões).
Gripe aviária
Os produtores brasileiros de frango para exportação já têm estratégias de prevenção à entrada da gripe aviária asiática, disse o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), Ricardo Gonçalves.
?A associação tem o plano de regionalização da avicultura, que tem como objetivo impedir o trânsito de aves vivas. O projeto prevê uma série de medidas que ampliam a rigidez da questão sanitária?, disse Gonçalves.
Sobre outro problema enfrentado, neste momento pelos exportadores, a greve dos fiscais federais agropecuários, Gonçalves disse que sua continuidade poderá influir negativamente no total de exportações esperado para este ano.
?Durante os dez dias de greve, o setor deixou de vender US$ 140 milhões e já existem frigoríficos que estão parando os abates por conta da greve, gerando perdas na produção?, afirmou. Segundo ele, houve um acordo entre o sindicato dos fiscais, pelo qual 30% dos fiscais continuaria trabalhando até que se chegasse a um acordo entre as partes. Mas esse acordo não foi cumprido e prejudicou os serviços nos portos.