Executivo eleito presidente da Alacero defende proteção a siderúrgicas

Indicado nesta quarta-feira, 11, como o novo presidente da Associação Latinoamericana do Aço (Alacero), o presidente da ArcelorMittal Aços Longos para Américas Central e do Sul, Jefferson de Paula, defendeu que a agenda do setor na região se mantenha focada em combater a concorrência desleal da China e o baixo crescimento da indústria. No caso do Brasil, que tem os piores indicadores de consumo aparente (produção mais importações menos as exportações) da região, o executivo defendeu que o governo adote medidas de proteção.

“Sou a favor do livre comércio, mas o momento é de tomar medidas contra o comércio desleal. O governo tem que agir para proteger o setor momentaneamente”, afirmou a jornalistas no 56º Congresso da Alacero, em Buenos Aires, Argentina, onde foi oficialmente indicado para o posto no lugar de Martin Berardi, diretor-geral da Ternium Siderar. No ano que vem o encontro ocorrerá no Rio de Janeiro.

A América Latina é um dos principais mercados do aço brasileiro no exterior e o País vem perdendo mercado diante do avanço das exportações de produtos siderúrgicos chineses, que duplicou nos últimos dois anos. A situação tende a piorar com a perspectiva do Produto Interno Bruto (PIB) da China crescer abaixo dos 7% em 2015 e 2016, o que significa menor consumo doméstico e uma maior agressividade nas exportações.

As perspectivas mais negativas divulgadas pelo Alacero para o desempenho do setor no Brasil, são, na visão de Jefferson de Paula, um reflexo mais dos problemas políticos que o País atravessa do que econômicos. “O maior problema do País hoje é a falta de confiança no futuro. A economia é movida a expectativas. Sem confiança as empresas param de investir e as pessoas de comprar. Da queda de 3% do PIB (esperada para 2015) metade vem da indefinição política”, disse.

O presidente da ArcelorMIttal Aços Longos avalia que 2016 ainda será um ano muito duro. A companhia trabalha com uma previsão de queda de 1,4% do crescimento do País em 2016. “Será um ano ruim em cima de outro muito ruim”, diz. Esse cenário reforçaria o discurso de proteção à indústria, com medidas como a recomposição do Reintegra, regime de compensação tributária cuja alíquota foi derrubada a 0,1%. Para de Paula, ela deveria chegar a 10% para estimular a competitividade.

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