Europeus divergem sobre taxar transações financeiras

Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) divergiram hoje sobre a proposta para a implementação de imposto para transações financeiras. Durante a reunião dos ministros de Finanças do bloco (Ecofin) grandes economias europeias que não fazem parte da zona do euro reiteraram sua posição contrária à taxação.

A discordância sobre o assunto ocorre apenas alguns dias depois de os Estados Unidos desistirem de apoiar a tarifa na reunião de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) realizada na semana passada.

A França e a Alemanha, no entanto, vêm defendendo o imposto nos últimos meses. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, descreveu a tarifa como tecnicamente possível, financeiramente necessária e moralmente inevitável. Segundo ele, o imposto poderia ser implementado já em 2012.

Hoje, o ministro de Finanças do Reino Unido, George Osborne, afirmou que a ideia deveria ser deixada de lado, já que não existe unanimidade com relação ao assunto.

Anders Borg, ministro de Finanças da Suécia, chegou a colocar em dúvida os cálculos contidos na proposta feita pela Comissão Europeia. Segundo Borg, existe um risco de a Comissão estar subestimando o custo para o crescimento e superestimando os ganhos com receita gerados pelo imposto. O ministro sueco disse também que uma tarifa sobre transações reduziria a circulação de bônus soberanos no mercado secundário, o que elevaria ainda mais os custos dos empréstimos e ampliaria a crise de dívida atual.

O ministro de Finanças da Bélgica, Didier Reynders, declarou que os membros da zona do euro e os países de fora do bloco, como Reino Unido e Suécia, deveriam começar a agir separadamente. Mas existem divergências dentro da zona do euro também.

O embaixador da Itália para os EUA, que falou em nome do ministro de Finanças do país, Giulio Tremonti, disse que o governo italiano quer mais detalhes sobre o imposto e que este pode não ser o melhor momento para fazer os bancos pagarem mais impostos. O ministro da Irlanda, Michael Noonan, afirmou temer que haja desvio de serviços financeiros do país para o Reino Unido se o imposto for implementado apenas na zona do euro. As informações são da Dow Jones.