Estoque de crédito cresceu 1,7% em março

O volume total de crédito no sistema financeiro cresceu 1,7% em março em relação a fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC). O resultado mostra uma expansão bem mais forte do crédito em relação a fevereiro, na mesma base de comparação, quando o crescimento havia sido de 0,4% ante janeiro. De acordo com o BC, o volume de crédito atingiu em março R$ 2,069 trilhões, representando 49,3% do PIB ante fatia de 48,9% do PIB em fevereiro.

No acumulado dos três primeiros meses de 2012, o crescimento do crédito atingiu 2% e, nos últimos 12 meses, o estoque de crédito voltou a subir, passando de 17,3% até fevereiro para 18% até março.

A inadimplência média nas operações de crédito livre caiu para 5,7% em março. A inadimplência em fevereiro estava em 5,8%. Nas operações para pessoas físicas, a taxa de atraso no pagamento caiu de 7,6% para 7,4% em março, mas nas operações para pessoas jurídicas, a inadimplência ficou estável em 4,1%.

Os dados mostram um aumento de 0,9 ponto porcentual na taxa de inadimplência em 12 meses. Na pessoa física, o aumento do atrasos nesse comparativo é maior, de 1,4 ponto porcentual. Na pessoa jurídica, o aumento foi de 0,4 ponto porcentual.

As margens cobradas pelas instituições financeiras nos empréstimos bancários, o chamado spread, voltaram a cair em março. Dados divulgados pelo BC mostram que o indicador passou de 28,5 pontos porcentuais em fevereiro para 28 pontos em março. O número diz respeito ao spread médio de todas as operações de crédito livre.

A redução desta margem acontece em meio ao esforço do governo federal que tem cobrado a diminuição nas operações de crédito. Apesar do recuo no mês passado, o patamar de março é superior ao observado em janeiro, quando estava em 27,8 pontos.

A redução do spread no mês passado foi liderada pelas operações voltadas à pessoa física, cuja margem caiu de 35,8 pontos para 35,1 pontos. Nos financiamentos para empresas, a diminuição foi de 18,8 pontos para 18,4 pontos.

A diminuição dos spreads fez com que o juro cobrado pelos bancos também caísse. Na média, o juro praticado nas operações de crédito livre passou de 38,2% em fevereiro para 37,3% em março. A redução foi mais uma vez liderada pelas operações para famílias, cujo custo dos empréstimos caiu 45,4% para 44,4%. No crédito para pessoa jurídica, a taxa média caiu de 28,6% para 27,7%.

Inadimplência em veículos

A inadimplência média nas operações de crédito para aquisição de veículos voltou a bater recorde em março e atingiu 5,7%. Em fevereiro, a inadimplência dos empréstimos para compra de veículos já havia batido recorde e estava em 5,5%. Na passagem de fevereiro para março, a taxa de inadimplência subiu mais 0,2 ponto porcentual.

No trimestre, a inadimplência de veículos atingiu uma expansão de 0,7 ponto porcentual, subindo de 5% ao final de dezembro para 5,7% em março. Em 12 meses até março, a inadimplência de veículos teve uma alta de 2,7 pontos porcentuais, saltando de 3% para 5,7%.

A inadimplência de veículos tem sido acompanhada com lupa pelo mercado financeiro porque é um indicador da sustentabilidade da oferta de crédito no País.

Já o estoque de crédito para a compra de veículos não apresentou alteração no mês passado. Os dados do BC mostram que o total de financiamentos concedidos oscilou ligeiramente de R$ 201,210 bilhões em fevereiro para R$ 201,305 bilhões em março. A estabilidade da carteira mostra que bancos estão mais conservadores diante da inadimplência recorde no crédito deste segmento, que alcançou 5,7% em março.

No primeiro trimestre de 2012, a carteira para o crédito de veículos acumula ligeira expansão de 0,2%. Nos últimos 12 meses até março, o volume dessas operações cresceu 6%.

O BC também informou que o estoque de crédito imobiliário cresceu 2,9% em março ante fevereiro e atingiu R$ 216,865 bilhões. Em 12 meses, esta carteira cresceu 43,7%.

O relatório mostra que entre os vários segmentos da economia que tomam crédito, o estoque de operações para a indústria cresceu 1,9% no mês passado e as linhas voltadas ao comércio tiveram expansão de 1,7%, em igual período. Para as pessoas físicas, o desempenho foi mais modesto, com expansão da carteira de 0,5%.