Esperar mudança no câmbio é ‘ilusão’, diz Pimentel

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse hoje que esperar uma mudança no patamar do câmbio é uma ilusão. Após se reunir com empresários no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, Pimentel afirmou que países fortes têm moeda forte e que esse, hoje, é o caso do Brasil. “Não devemos ter a ilusão de que o cenário vai mudar em relação ao câmbio”, disse. “Não vamos ter a ilusão de que o nosso câmbio vai se desvalorizar de uma hora para outra”, acrescentou.

Pimentel disse que o Ministério da Fazenda e o Banco Central estão adotando medidas necessárias para assegurar que o câmbio se mantenha num “nível razoável”. “Mas um nível razoável sempre será um câmbio muito mais valorizado do que aquele de décadas passadas”, afirmou o ministro.

Na avaliação dele, para ser mais competitivo, o Brasil precisa investir em novas tecnologias e inovação. “Não devemos ter a ilusão de que nós vamos ganhar a competição com os produtos asiáticos importados, impondo à nossa força de trabalho as condições asiáticas de trabalho, salário e remuneração. Isso não vai existir”, disse o ministro.

Também presente à reunião, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse que o investimento em inovação é importante, mas ponderou que o Brasil vive uma situação que vai muito além desse tipo de questão. “Há dois anos, tínhamos um superávit comercial importantíssimo na indústria. Não foi a inovação que avançou no mundo todo e não avançou aqui”, afirmou. “O que houve foi uma gravíssima crise internacional. Há uma recessão internacional e os países estão buscando sair da recessão desovando seus estoques e empurrando suas mercadorias da forma que puderem, especialmente países que têm preços arrasadores como a China.”

Mercadante afirmou que o Brasil, diferentemente de outros países, teve sua demanda interna fortalecida. “O Brasil se diferencia pelo êxito. Não é só a questão da inovação. Há um problema no ambiente macroeconômico internacional e temos uma guerra cambial que atinge nossa indústria”, disse o ministro. Na avaliação dele, parte da valorização do câmbio se deve a questões passageiras, como a guerra cambial, mas também ocorre pelo reconhecimento internacional do êxito do Brasil.

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