Comércio

Entidades comerciais do PR escondem dados sobre inadimplência

 

Como já é de praxe na rotina do noticiário econômico, nesta quinta-feira (10), novos dados sobre a inadimplência foram divulgados. Desta vez, a Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) apresentou ao País o índice de janeiro, 5,03%. Na contramão disso, o Paraná ainda desconhece os índices finais de 2010 sobre o nível de endividamento da população.

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Curitiba e Região Metropolitana (CDL-RMC), que ainda consta no cadastro da CNDL e deveria ser responsável pelos dados paranaenses, simplesmente, não atende no telefone registrado na CNDL. A Associação Comercial do Paraná (ACP), por sua vez, desde dezembro do ano passado vem sendo, semanalmente, procurada pela reportagem do O Estado para fornecer o balanço de 2010 sobre inadimplência. Contudo, até agora, nenhuma informação foi disponibilizada, mesmo já sendo o segundo mês de 2011.

A entidade reconhece a morosidade, porém, segue sem uma solução. O mais curioso é que a ACP está vinculada à Rede Nacional de Informações Comerciais (RNIC), por meio do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) que, no âmbito nacional, já dispõe de informações de janeiro deste ano sobre o assunto. Além disso, semanalmente, o setor recebe informações da Serasa Experian, que acompanha a evolução do número de inadimplentes em todo o território nacional. E pela credibilidade conquistada, a ferramenta de consulta ao crédito fornecida aos comerciantes possui um sistema eficiente de atualização. Vale ressalvar que, de acordo com a assessoria da ACP, os dados divulgados pela CNDL são obtidos via Serviço de Proteção ao Crédito do Brasil (SPC-Brasil).

Por fim, a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), procurada no final da tarde desta quinta-feira, solicitou um prazo até amanhã para levantar tais números, visto que a entidade não costuma fazer a divulgação que, no Paraná, tradicionalmente era de responsabilidade da ACP. A Fecomércio-PR recebe dados mensais da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o departamento econômico da CNC, que realiza o estudo, as federações de todo o País já têm os dados de janeiro deste ano. Aliás, não há como desconsiderar um estado para a consolidação do número nacional.