Empresas valorizaram 543% em 4 anos

Rio (AE) – O valor de mercado das companhias negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) cresceu 543% durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No período, o estudo da consultoria Economática mostra que o aumento correspondeu a US$ 568,5 bilhões, o equivalente ao valor das gigantes da Exxon Mobil e Wells Fargo juntas. Em 2006, o valor das quase 300 companhias listadas na Bovespa atingiu a cifra histórica de US$ 673,2 bilhões em 2006.

O setor de veículos e peças liderou o ranking de maiores altas no pregão paulista este ano, com ganho médio de 128%. No período, o Ibovespa acumulou alta de 29,6%. O estudo, feito pela consultoria a pedido da Agência Estado, considerou a média das variações dos preços das ações de cada segmento, ponderada pela liquidez, até o dia 22 de dezembro.

O cálculo inclui ainda a reaplicação de dividendos. O bom desempenho do setor pode ser explicado pela retomada das vendas no mercado interno em 2006. Nos últimos anos, o segmento automotivo brasileiro foi sustentado pelas exportações. A mudança de comportamento se deve à valorização do real perante o dólar (o que reduz a competitividade dos produtos nacionais no exterior) e a queda das taxas de juros no mercado doméstico. Esse fator permitiu que o mercado oferecesse ao consumidor prestações mais baixas e prazos mais longos nos financiamentos.

Para o economista Raul Velloso, mesmo com a expectativa de desaceleração, a indústria automobilística continuará crescendo acima da média do País e o juro será o motivador do aumento de compras de veículos. No ramo de autopeças, as empresas devem acompanhar o ritmo das montadoras e evoluírem em 2007.

O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes Automotivos (Sindipeças) projeta aumento de 3,9% no faturamento do setor em 2007, para US$ 29,5 milhões. Atualmente 61% da receita do segmento é gerada pelas vendas diretas às montadoras. Mas outros fatores, como o aumento do índice de nacionalização de peças nos automóveis, além do crescimento do mercado de reposição (responsável por 11% da receita) também deverão contribuir para a expansão do setor.

O setor de química e petroquímica foi o único, entre aqueles com peso relevante na Bovespa, a terminar 2006 com variação média negativa das ações (6,83%), segundo a Economática. Ao todo, foram analisados 13 diferentes segmentos na Bolsa. No primeiro semestre deste ano, as petroquímicas amargaram expressiva queda de margem de lucro, em razão da oferta adicional da Rio Polímeros (Riopol), da pressão dos custos com matéria-prima e da fraca demanda interna. Para 2007, espera-se uma melhora na rentabilidade, em função da expectativa de menor volatilidade nas cotações do barril do petróleo, do fato de os preços domésticos para as resinas estarem corrigidos e do impacto do início da operação Riopol já ter sido integralmente absorvido pelo mercado.

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