Emprego formal no Paraná cresceu 0,71% em fevereiro

O nível de emprego formal no Paraná cresceu 0,71% em fevereiro, com geração de 10.770 vagas. Foi a segundo alta mensal consecutiva no indicador (em janeiro, a variação foi de 0,33%) e o maior aumento no mês de fevereiro desde 1990. O resultado surpreendeu os técnicos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), que divulgou ontem o levantamento com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com a alta, o total de trabalhadores com carteira assinada no Estado passou para 1.521.554.

Em termos percentuais, o Paraná ficou em sexto lugar no ranking dos estados, acima da média nacional de 0,38%. O interior do Estado foi responsável por 72,36% do total de empregos criados, com aumento de 0,88%. Já a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) ficou com 27,64% das novas vagas, com elevação de 0,48%. “Nos quatro últimos meses de 2002, a RMC apresentou crescimento superior ao interior, mas a partir de janeiro, a concentração de empregos voltou a apresentar a tendência observada nos últimos dois anos”, destaca o economista Sandro Silva, do Dieese.

No primeiro bimestre, foram criados 15.702 empregos com carteira no Estado, o que significa um incremento de 1,04%, enquanto nos dois primeiros meses do ano passado foram abertos 6.613 postos de trabalho (0,47%). Nos últimos doze meses, foram criados 67.678 empregos com carteira.

Mais de 97% dos empregos criados em fevereiro surgiram nos setores de serviços (5.468), indústria de transformação (3.445) e comércio (1.552). Os subsetores com maior geração foram: ensino (1.727), serviços gerais (1.712), produtos alimentícios e bebidas (1.290), hotéis e restaurantes (1.180) e comércio varejista (880). No acumulado do ano, os mesmos setores lideram a geração de empregos, junto com madeira e mobiliário, metalúrgica e transporte e comunicação.

Perfil

O primeiro bimestre foi caracterizado pelo aumento do emprego industrial, que acumulou alta de 1,40% (5.712 vagas). “Nos três próximos meses, a expectativa é que o emprego agrícola puxe o nível de emprego no Paraná”, aponta o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese. Na avaliação dele, há duas explicações possíveis para a desaceleração econômica propalada pelos analistas não se verificar no nível de emprego. “A evolução do emprego formal está descasada com o crescimento econômico por causa dos incentivos à formalização de mão-de-obra e à colocação de jovens como aprendizes”.

Apesar dos bons resultados do emprego, os índices de desemprego também continuam subindo. O Dieese estima que 15% da população economicamente ativa da Região Metropolitana de Curitiba esteja desocupada. “O quadro de desemprego só não é mais grave por causa das exportações, que puxam os setores agrícola e industrial. Como o Banco Central reduziu a previsão de crescimento do PIB de 2,8% para 1,8%, não há expectativa de redução da taxa de desemprego em 2003. Para diminuir gradualmente a taxa, a economia precisaria crescer entre 2,5% e 3%”, ressaltou Cordeiro.

Quinto maior empregador

Olavo Pesch

O Paraná é o quinto maior empregador industrial do País, segundo dados do Caged. Com estoque de 412.182 trabalhadores com carteira, está atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina (que totaliza 418.615 empregados no setor). “Se o Paraná continuar repetindo o bom desempenho do primeiro bimestre, é possível chegar à quarta posição em 2004”, projeta o economista Cid Cordeiro, do Dieese.

Na comparação de janeiro com dezembro, a indústria paranaense aumentou em 0,55% o nível de emprego e em 0,87% a produção. Porém houve queda nas vendas reais (-26,48%), compras reais (-11,03%), exportações (-1,24%), folha de pagamento média (-27,15%) e número médio de horas pagas (-0,58%). Para Cordeiro, a redução das vendas se deve ao perfil concorrencial dos produtos fabricados no Estado. As maiores retrações de faturamento ocorreram nos setores têxtil, vestuário e calçados, alimentos, bebidas, química e mobiliário.

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