Em meio à crise na Europa, Danone aumenta linha de produtos no Brasil

A Danone está reforçando sua linha de produtos no Brasil, em meio à desaceleração de suas vendas na Europa.

Líder na categoria iogurtes no Brasil com marcas como Activia e Danoninho, a companhia francesa relançou nesta quarta-feira a linha de iogurtes Danone, que estava há dois anos fora das gôndolas.

Segundo o presidente da Danone Brasil, Mariano Lozano, os novos produtos vão ajudar a empresa a manter o ritmo de crescimento no país, de 15% a 18% nos últimos sete anos.

“Dobramos de tamanho entre 2005 e 2008 e vamos dobrar novamente entre 2009 e o próximo ano”, afirmou Lozano. Com isso, a empresa deve alcançar um faturamento de R$ 2 bilhões em 2013.

A operação da Danone no país está ajudando a companhia em um momento crucial, quando suas vendas na Europa crescem em ritmo menor.

Em anúncio hoje, a empresa apresentou vendas globais de 5,2 bilhões de euros no terceiro trimestre de 2013, 5% a mais que no mesmo período do ano passado.

Na Europa, porém, as condições de negócios se deterioraram no sul da Europa, prejudicando as vendas na divisão de laticínios, a principal do grupo, disseram seus executivos.

Em junho, a companhia alertou que espera uma queda em seu lucro anual, uma vez que consumidores dos países europeus passam a comprar produtos mais baratos.

Movimentação

No Brasil, a empresa investiu R$ 100 milhões este ano na modernização de suas fábricas para produzir a nova linha de produtos.

A aposta da Danone ocorre em um momento de forte movimentação no mercado brasileiro de iogurtes, que movimenta R$ 5 bilhões ao ano.

Suas principais concorrentes, a suíça Nestlé e a nacional Vigor, lançaram nos últimos meses suas versões do iogurte grego no Brasil.

O produto, que segundo as fabricantes possui mais proteínas que outras versões do laticínio, se tornou um fenômeno no mercado norte-americano nos últimos anos.

A categoria, inexistente até 2007, já representa 30% das vendas de iogurte nos Estados Unidos.

Segundo o presidente da Danone no Brasil, a iniciativa dos concorrentes é positiva pois ajuda a desenvolver a categoria no país como um todo.

Ele não informou se a empresa planeja estrear também nesse segmento.
“Nosso foco é ajudar a desenvolver esse mercado, estimulando o consumo em todas as camadas da pirâmide”, afirmou Lozano.

O Brasil tem um consumo per capita de 6,5 quilos de iogurte por ano. Embora tenha crescido 40% desde 2004, esse volume está muito abaixo de países europeus, onde a média anual pode chegar a 30 quilos por pessoa.

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