É dia de adiantar os ponteiros do relógio

À meia-noite de hoje, os ponteiros do relógio deverão ser adiantados em uma hora em 11 estados – incluindo o Paraná – do Sudeste, Sul, Centro-Oeste, além do Distrito Federal. É o horário de verão brasileiro, que segue até o dia 16 de fevereiro de 2008, e deve levar a uma economia de 2 mil megawatts, o que significa uma redução entre 4% e 5% no horário de pico de consumo, entre 18h e 21h.  

Segundo o Ministério de Minas e Energia, no horário de verão 2006-2007 a economia foi de 1,9 mil megawatts, abaixo dos 2,5 mil megawatts do verão 2005-2006 e dos 2,8 mil megawatts de 2004-2005.

Para o coordenador de Monitoramento do Sistema de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica do ministério, Elizeu Pereira Vicente, isso não significa que exista uma tendência de queda na economia, pois diferentes fatores são considerados no cálculo, como a dinâmica da economia e o clima. ?A constatação de que a redução da economia de energia esteja caindo não tem nenhuma consistência?, diz o coordenador.

Ele lembrou que, no ano passado, o horário de verão durou apenas 112 dias – contra 126 este ano -, pois a Justiça Eleitoral pediu que a medida fosse adotada depois do segundo turno das eleições, ocorrido em outubro, para não prejudicar o sistema de votação que estava implementado com base no horário convencional.

Paraná

No seu sistema elétrico, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) espera por uma redução de 5,5% nos níveis máximos de demanda, ou cerca de 220 megawatts, o correspondente à carga de Londrina durante a ponta. ?É como se não houvesse consumo nenhum na cidade entre 18h e 22h?, ilustra Christina Courtouke, gerente da Coordenação de Operação do Sistema Elétrico da Copel.

Ela lembra, ainda, que a adoção do horário de verão também proporciona uma pequena economia nos níveis de consumo de energia elétrica da ordem de 0,5% que decorre, basicamente, do menor tempo de uso de lâmpadas, já que a luminosidade natural é melhor aproveitada. ?Essa é uma conseqüência importante do horário de verão, mas não é o motivo determinante da sua adoção?, explica Christina. ?A razão maior é, de fato, aliviar as condições de operação do sistema elétrico durante o horário de ponta e ampliar seus níveis de confiabilidade, a custo zero, em benefício da população.?

Histórico

O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil em 1931, mas foi interrompido várias vezes. Desde 1985, passou a ser adotado todos os anos, oscilando entre outubro e fevereiro, aproveitando o período de maior exposição do sol no País. Nos últimos anos, a justificativa do governo é mais por questões técnicas e menos por razões exclusivamente financeiras.

Maior segurança ao sistema elétrico

O artifício de adiantar os relógios para aproveitar melhor a luminosidade natural, que é maior durante o final da primavera e o verão, permite ao sistema elétrico nacional operar com maior folga durante o período crítico do dia, o chamado horário de ponta, que vai das 18h às 21h.

Isso acontece porque a solicitação máxima de algumas classes de consumo deixa de coincidir com o pico de demanda de outras, proporcionando um alívio nas condições de funcionamento de todo o sistema. Dessa maneira, as usinas, linhas de transmissão e subestações podem operar mais distantes do limite da sua capacidade e permitir que as paradas de equipamentos para manutenção, por exemplo, possam ser programadas com maior confiabilidade.

?Com o aumento em uma hora no ?dia? para a indústria e o comércio há uma redução no consumo no horário de ponta, o que dá mais confiabilidade ao sistema?, explicou o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. A estimativa é que o horário de verão permita economia de R$ 42 milhões ao sistema elétrico nacional.

Conforme os dados do ONS, há uma diferença de cerca de 20% entre a carga/consumo nacional de energia elétrica entre o horário de ponta (pico máximo no consumo) e a média diária.

Voltar ao topo