em janeiro

Dívida pública federal tem primeira queda desde julho

A dívida do governo federal (interna e externa) recuou R$ 65,04 bilhões em janeiro e fechou o mês em R$ 1,62 trilhão. Foi a primeira queda desde julho do ano passado, que refletiu o megarresgate líquido de R$ 81,05 bilhões de títulos que o governo fez ao longo de janeiro. Enquanto o Tesouro pagou R$ 117,87 bilhões em papéis que venceram, foram vendidos outros R$ 36,83 bilhões de novos títulos. A queda da dívida só não foi maior porque o estoque da dívida aumentou no mês R$ 15,37 bilhões por conta do impacto da correção dos juros no seu estoque.

A dívida interna em títulos teve uma queda de R$ 61,43 bilhões e a dívida externa recuou R$ 3,6 bilhões. Pela primeira vez, o Tesouro divulgou hoje (22) os dados do perfil de detentores da dívida interna, um montante de R$ 1,54 trilhão. Os bancos lideram o ranking. Nas mãos das instituições financeiras, estão 35,4% do total de títulos da dívida interna do governo, o equivalente a R$ 536 bilhões. Os fundos de investimento ocupam o segundo lugar, com 31,3% da dívida, seguidos pelos fundos de previdência (abertos e fechados), que detêm 14,8% do estoque.

Já os investidores estrangeiros detêm 12% da dívida. O ritmo de crescimento das aplicações desses investidores recuou depois que o governo aumento duas vezes a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o capital externo que entra no País direcionado a investimentos em renda fixa.

O coordenador-geral da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, negou que as emissões menores de títulos no mês de janeiro estejam relacionadas ao aumento das taxas pedidas pelos investidores para comprar os papéis do Tesouro em função da alta da taxa Selic. “As emissões estão dentro do nosso planejamento”, disse Garrido. “Não há nenhuma correlação com as taxas de juros”, complementou. Ele lembrou que no mês de janeiro tradicionalmente há um forte vencimento de títulos prefixados, movimento que ocorre a cada início de trimestre. Nesses meses, destacou Garrido, o Tesouro já faz um resgate maior do que as emissões.

O Tesouro já observou que o movimento de ligeira alta das taxas verificado em janeiro foi revertido em fevereiro. Segundo o coordenador, as taxas de mercado estão dentro da trajetória esperada. “A demanda está boa”, disse. Garrido destacou que os analistas de mercado apontam, entre outros fatores para o recuo, a divulgação, em fevereiro, dos dados de crédito pelo Banco Central e de vendas de varejo, pelo IBGE. Esses indicadores apontam para uma desaceleração do crescimento econômico. Por enquanto, o Tesouro não vê espaço para fazer emissões de títulos no mercado internacional. A prioridade do governo continua sendo as captações de bônus externos atrelados em reais.

Tesouro Direto

As vendas de títulos pelo programa Tesouro Direto – voltado para pessoas físicas – bateram recorde em janeiro e atingiram R$ 360,26 milhões. É o maior volume financeiro mensal desde o início do programa, em 2000. O número de novos investidores que se cadastraram no Tesouro Direto em janeiro foram 5.036. Desde o início do programa, já são 219.693 investidores inscritos, com aumento de 23,82% nos últimos doze meses.

Os títulos mais demandados pelos investidores em janeiro foram os prefixados, com 54,81% das vendas. Para Garrido, o programa tem se mostrado bastante atrativo para os investidores. Ele atribuiu o aumento das vendas à divulgação maior do programa. O coordenador rechaçou a avaliação de que essa venda recorde esteja relacionada ao aumento da taxa de juros pelo BC. 22/02/2011 18:23 – NG/EC/CONTAS PÚBLICAS/DÍVIDA/CONSOLIDA

Dívida do governo federal recua em janeiro

Por Adriana Fernandes

Brasília, 22 (AE) – A dívida do governo federal (interna e externa) recuou R$ 65,04 bilhões em janeiro e fechou o mês em R$ 1,62 trilhão. Foi a primeira queda desde julho do ano passado, que refletiu o megarresgate líquido de R$ 81,05 bilhões de títulos que o governo fez ao longo de janeiro. Enquanto o Tesouro pagou R$ 117,87 bilhões em papéis que venceram, foram vendidos outros R$ 36,83 bilhões de novos títulos. A queda da dívida só não foi maior porque o estoque da dívida aumentou no mês R$ 15,37 bilhões por conta do impacto da correção dos juros no seu estoque.

A dívida interna em títulos teve uma queda de R$ 61,43 bilhões e a dívida externa recuou R$ 3,6 bilhões. Pela primeira vez, o Tesouro divulgou hoje (22) os dados do perfil de detentores da dívida interna, um montante de R$ 1,54 trilhão. Os bancos lideram o ranking. Nas mãos das instituições financeiras, estão 35,4% do total de títulos da dívida interna do governo, o equivalente a R$ 536 bilhões. Os fundos de investimento ocupam o segundo lugar, com 31,3% da dívida, seguidos pelos fundos de previdência (abertos e fechados), que detêm 14,8% do estoque.

Já os investidores estrangeiros detêm 12% da dívida. O ritmo de crescimento das aplicações desses investidores recuou depois que o governo aumento duas vezes a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o capital externo que entra no País direcionado a investimentos em renda fixa.

O coordenador-geral da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, negou que as emissões menores de títulos no mês de janeiro estejam relacionadas ao aumento das taxas pedidas pelos investidores para comprar os papéis do Tesouro em função da alta da taxa Selic. “As emissões estão dentro do nosso planejamento”, disse Garrido. “Não há nenhuma correlação com as taxas de juros”, complementou. Ele lembrou que no mês de janeiro tradicionalmente há um forte vencimento de títulos prefixados, movimento que ocorre a cada início de trimestre. Nesses meses, destacou Garrido, o Tesouro já faz um resgate maior do que as emissões.

O Tesouro já observou que o movimento de ligeira alta das taxas verificado em janeiro foi revertido em fevereiro. Segundo o coordenador, as taxas de mercado estão dentro da trajetória esperada. “A demanda está boa”, disse. Garrido destacou que os analistas de mercado apontam, entre outros fatores para o recuo, a divulgação, em fevereiro, dos dados de crédito pelo Banco Central e de vendas de varejo, pelo IBGE. Esses indicadores apontam para uma desaceleração do crescimento econômico. Por enquanto, o Tesouro não vê espaço para fazer emissões de títulos no mercado internacional. A prioridade do governo continua sendo as captações de bônus externos atrelados em reais.

TESOURO DIRETO – As vendas de títulos pelo programa Tesouro Direto – voltado para pessoas físicas – bateram recorde em janeiro e atingiram R$ 360,26 milhões. É o maior volume financeiro mensal desde o início do programa, em 2000. O número de novos investidores que se cadastraram no Tesouro Direto em janeiro foram 5.036. Desde o início do programa, já são 219.693 investidores inscritos, com aumento de 23,82% nos últimos doze meses.

Os títulos mais demandados pelos investidores em janeiro foram os prefixados, com 54,81% das vendas. Para Garrido, o programa tem se mostrado bastante atrativo para os investidores. Ele atribuiu o aumento das vendas à divulgação maior do programa. O coordenador rechaçou a avaliação de que essa venda recorde esteja relacionada ao aumento da taxa de juros pelo BC.