Dívida, eleição e pressão derrubam real em 3,19%

Pela terceira vez na semana, o dólar registrou seu fechamento mais alto desde a criação do real: R$ 3,88 para venda e R$ 3,87 para compra. A cotação marca um avanço de 3,19% no dia, de 13,95% na semana, 28,9% no mês e 67,6% no ano. A moeda norte-americana está agora a 12 centavos – ou 3% – do até então impensável patamar de R$ 4.

Analistas prevêem que o dólar quebre essa barreira psicológica ainda no começo da próxima semana, possivelmente já na segunda-feira, véspera do vencimento de uma dívida cambial e dos contratos futuros de câmbio na BM&F.

Durante os negócios do dia, a moeda chegou a ser vendida a também a inéditos R$ 3,92. Enquanto isso, o risco Brasil opera a nível recorde, 2.449 pontos, 10,1% acima do fechamento de anteontem.

Os números históricos são proporcionados pela combinação entre as dúvidas e temores que ganham peso a uma semana das eleições, o cenário externo desfavorável e a pressão do vencimento de uma dívida cambial de US$ 1,25 bilhão na próxima semana, dos quais o Banco Central rolou até agora apenas 21%.

O Banco Central (BC) vendeu ontem 7,65 mil contratos de swap de câmbio com resgate em 16 de julho e 15 de outubro de 2003 e 20 de janeiro de 2005. A autoridade monetária ofertou até 34,7 mil contratos, em duas operações. A demanda, no entanto, somou 10,05 mil contratos e foi estimada em R$ 1,3 bilhão.

O BC pretende rolar 70% do estoque de US$ 1,2 bihão que vence na terça-feira. Nesta semana, a instituição resgatou integralmente o lote que vencia no dia 25, após recusar todas as propostas em uma tentativa de rolagem devido aos altos prêmios exigidos pelo mercado.

A autoridade monetária também vendeu ontem dólares no mercado à vista e realizou um leilão de US$ 80 milhões em linhas de crédito para exportação, além de ter renovado US$ 150 milhões em linhas externas vincendas na quarta-feira, dia 2.

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