Dívida do governo cresceu mais de R$ 100 bilhões

A dívida do governo em títulos já subiu mais de R$ 100 bilhões neste ano. Em julho, chegou a R$ 915,67 bilhões, contra R$ 810,26 bilhões em dezembro do ano passado. Trata-se de um crescimento de 13% em sete meses. Entre junho e julho, o aumento da dívida foi de 1,12% (R$ 10,16 bilhões). Segundo Paulo Valle, coordenador-geral da dívida pública do Tesouro Nacional, o mais importante é olhar a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB (Produto Interno Bruto).

Embora elevada, a dívida ainda está dentro do programado pelo governo, que espera que ela fique neste ano entre R$ 940 bilhões e R$ 1 trilhão.

O aumento da dívida em julho ocorreu mesmo com os resgates de títulos do mercado, que superaram as emissões em R$ 2,4 bilhões.

A maior parte desse aumento no ano é conseqüência da incidência de juros sobre a dívida. A taxa básica de juros da economia, a Selic, remunera mais da metade dos títulos da dívida. Como os juros estão em um patamar elevado -19,75% ao ano -, isso torna-se danoso para a administração da dívida.

A parcela da dívida que é formada por esses títulos (pós-fixados e que oscilam fortemente com as mudanças de humor no mercado) subiu de 56,56% em junho para 57,32% no mês passado.

Essa participação inclusive já passou o teto do PAF (Plano Anual de Financiamento), que prevê que a dívida pós-fixada deve ficar entre 47% e 57% do total.

Já a parcela da dívida prefixada caiu de 22,95% para 22,37%. A estratégia do Tesouro é aumentar a participação desses títulos. Como sabe com antecedência o quanto irá pagar, fica mais fácil para o governo programar esse gasto. O mesmo ocorre com os títulos indexados a índices de preços. A participação desses papéis caiu de 13,88% em junho para 13,70% em julho.

A parcela da dívida atrelada ao dólar ficou praticamente estável, passando de 4,12% em junho para 4,15% no mês passado. Essa parcela já chegou a 40% em 2002.

Esse pequeno aumento foi causado pela desvalorização do real frente ao dólar no mês de julho, segundo Ivan Lima, chefe do Departamento de Operações com Mercado Aberto do Banco Central. Em julho, essa desvalorização foi de 1,7%. ?Isso é uma flutuação normal.?

Além disso, não houve nenhuma operação relevante, apenas um resgate de US$ 49 milhões. Em agosto, será menor ainda, US$ 6 milhões.

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