Distribuidoras reduzem compra de combustível

Rio – Postos e distribuidores de combustíveis em todo País reduziram suas compras na Petrobras à espera do prometido corte nos preços da gasolina e do diesel. Segundo o presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Gil Siuffo, os revendedores estão comprando quantidades menores, mas não há risco de desabastecimento nos postos.

“O que pode ocorrer é que um posto com dez bombas, por exemplo, deixe de operar em duas delas. Ou que um posto que compre 20 mil litros esteja comprando apenas 10 mil”, afirma. A Fecombustíveis e o Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) criticaram a maneira como foi divulgada a redução dos preços.

“Precisamos de previsibilidade para trabalhar. A Petrobras tem de ser mais transparente em sua política de preços”, disse o diretor do Sindicom, Leonardo Gadotti. A Petrobras ainda não detalhou de quanto será o reajuste e quando será feito. Limitou-se a informar, ontem, que planeja reduzir os preços “nos próximos dias” em um porcentual de apenas um dígito. É possível que o anúncio seja feito amanhã (hoje) para que os novos preços entrem em vigor no domingo.

O Sindicom pede ao governo uma política transparente para a gasolina e o diesel, como ocorre para outros combustíveis como o querosene de aviação. Nos contratos de venda para as companhias aéreas, a Petrobras indica uma fórmula de reajustes, com base nos preços internacionais e no câmbio, que garante maior previsibilidade para os clientes.

“O mercado está aberto e as empresas privadas podem importar. Mas quem vai buscar produtos lá fora sem saber como os preços da Petrobras vão se comportar?”, questiona Gadotti.

Repasse

Siuffo, da Fecombustíveis, diz que o repasse da redução nos preços pelos postos não se dará no mesmo porcentual adotado pela Petrobras. Ou seja, caso a Petrobras venha a adotar um porcentual em torno de 8%, como esperam executivos do setor, a queda do preço nas bombas se dará em um pocentual inferior.

Isto ocorre porque o preço da gasolina vendida nas refinarias, chamada de gasolina A, representa apenas uma parte da gasolina vendida pelos postos, chamada de gasolina C. Impostos e álcool anidro têm impacto no valor final de venda do produto.

Há ainda a possibilidade de nem haver repasse, lembram executivos do setor, caso o governo decida aproveitar a redução dos preços para aumentar a alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o imposto federal sobre os combustíveis. A alíquota da Cide, segundo a lei, pode chegar a R$ 0,86 por litro. O aumento teria o objetivo de criar um fundo para amortecer eventuais repasses aos preços internos da volatilidade das cotações internacionais dos produtos. A Cide sobre a gasolina é hoje de R$ 0,54 por litro.

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