Desemprego recua como fator para a inadimplência

O desemprego já não figura mais com tanta representatividade entre as principais motivações para o brasileiro cair na inadimplência. Isso porque o número de postos de trabalho cresceu, assim como o empenho para a melhoria da economia brasileira. A avaliação é da Telecheque, que divulgou nesta quinta-feira (19) o "Perfil do Inadimplente", por meio de entrevistas realizadas com 3.507 pessoas endividadas durante o primeiro semestre deste ano.

A pesquisa apontou recuo de 29% no número de justificativas relacionadas ao desemprego para a questão do endividamento, na comparação entre o primeiro semestre de 2007 e igual período do ano passado (10%). O atraso salarial como motivo da inadimplência também apresentou retração entre as motivações, de 57%. Enquanto em 2006 foi a razão para 12% dos entrevistados, em 2007 acumulou 5% das respostas.

O grande vilão para a inadimplência continua sendo o descontrole financeiro, que corresponde a 54% do universo de consumidores inadimplentes. Este indicador apresentou alta de 47% entre as motivações em comparação com igual período do ano passado.

Na avaliação do vice-presidente da Telecheque, José Antônio Praxedes Neto, a inexistência de uma disciplina sobre educação financeira nas escolas é vista como uma das principais causas para a falta de hábito no controle das contas. "O descontrole financeiro, que atormenta muitos consumidores, é resultado desta falta de conhecimento e aptidão para lidar com as contas e os imprevistos tão comuns no dia-a-dia", frisou ele, em comunicado.

O "Perfil do inadimplente" da Telecheque mostra, por uma pequena diferença, que os homens foram os mais irresponsáveis no descontrole e acabaram caindo na inadimplência. Nos primeiros seis meses deste ano, a parcela masculina respondeu por 51% dos inadimplentes, enquanto as mulheres participam na questão com índice de 49%. Esta situação é inversa à do mesmo período de 2006, quando os homens respondiam por 49%.

A pesquisa apontou também que os casados lideraram o ranking dos consumidores com restrições ao crédito no período avaliado. Eles corresponderam a 45% dos inadimplentes nos primeiros seis meses de 2007. Por sua vez, o índice de inadimplentes solteiros avançou 14%, e quase encostou nos líderes, aparecendo com 42%.

O "Perfil do Inadimplente" mostra ainda que os jovens continuam sendo os mais "descontrolados" financeiramente. A faixa etária entre 21 a 30 anos respondeu por 39% dos consumidores com "nome sujo" no primeiro semestre do ano, seguido pela faixa entre 31 a 40 anos, que aparece com 30% de representatividade.

Voltar ao topo