Demissões de 6.100 funcionários no HSBC não afetam o Brasil

O presidente do HSBC no Brasil, Shaun Wallis, afirmou nesta segunda-feira (2) que o atual “período é de incertezas”, por isso o banco precisa controlar seus gastos no Brasil.

Como a instituição atua globalmente, o executivo disse que foi possível perceber em meados do ano passado a gravidade da situação no mundo, diante dos problemas nos Estados Unidos e na Europa. “Nós pudermos ver o que estava acontecendo.”

Nesta segunda, ao anunciar seus resultados, o HSBC também comunicou o fechamento das operações de financiamento ao consumo nos EUA, o que resultará na demissão de 6.100 funcionários no país. Essas demissões referem-se exclusivamente aos negócios nos EUA e não têm relação com o Brasil.

No Brasil, Wallis explicou que a estratégia é manter a liquidez elevada. Em 2008, o índice de empréstimos sobre depósitos ficou em 89%, em linha com o restante do grupo.

“Estamos aptos a emprestar, estamos abertos para negócios.” O HSBC registrou lucro recorde de R$ 1,35 bilhão no Brasil em 2008, crescimento de 9% sobre o ano anterior. Mas o retorno sobre o patrimônio caiu de 26,95% para 24,34% no período, em razão de provisões para os planos econômicos e para o crédito.

O prejuízo do HSBC nos Estados Unidos pesou mais forte e, desta vez, os negócios nos mercados emergentes não conseguiram impedir a queda dos resultados do grupo. Se em 2007 a instituição obteve lucro recorde puxado pelos países em desenvolvimento, em 2008 o lucro líquido global despencou 70%, para US$ 5,728 bilhões.

A operação nos EUA foi a grande responsável pela piora dos números, pois sozinha gerou resultado negativo de US$ 15,528 bilhões. “Gostaríamos de não termos feito este negócio, mas estamos onde estamos”, disse o presidente do HSBC, Michael Geoghegan, referindo-se à compra da norte-americana Household, da área de crédito imobiliário, em 2003.

“O mundo mudou radicalmente nos últimos seis meses. Houve forte deterioração, resultando na pior recessão desde o período das guerras”, afirmou o presidente do conselho de administração do HSBC, Stephen Green, durante entrevista à imprensa.

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