Daniel Goldberg defende acordo para salvar Parmalat

Brasília

– O secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, defendeu hoje em audiência na Comissão Especial da Câmara que acompanha aq crise na empresa, que a recuperação econômica da Parmalat pode ser feita com o apoio do empresariado e de credores, com acordos de garantia que inicialmente assegurem a aplicação de dinheiro. “A recuperação dos ativos pode acontecer de forma sucessiva, e um exemplo disso aconteceu com o Projeto Jari, que depois da falência do grupo que o administrava hoje toma recursos no próprio BNDES, funciona normalmente e pode arcar com os seus compromissos”, afirmou.

Segundo Goldberg, o próprio governo não pode dar um aval de garantia se não tiver uma sinalização positiva de que a gestão de uma nova empresa se fará visando saúde financeira. Ele lembrou que é preferível o credor concordar com uma proposta de garantia de parte do que tem na empresa do que ter a dívida toda como perdida, se fechando a qualquer negociação.

O administrador judicial provisório da Parmalat, Keyler Carvalho Rocha, vê como soluções a venda e o arrendamento de partes da empresa, num processo de exugamento que poderia reergue-la. A criação de uma empresa paralela liberada das dívidas e a negociação de ativos visando gerar capital de giro também foram apontados como alternativas para uma possível solução, mas isso dependeria de aprovação da Justiça.

A Parmalat tem hoje em todo o Brasil 6.200 empregados e 25% por cento da empresa está funcionando. O faturamento no último mês foi de R$ 30 milhões, contra R$ 130 milhões que ocorriam antes da quebra. Só em Santa Helena, em Goiás, a empresa processava por dia um milhão de litros de leite.

O representante do juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Civel de São Paulo, Apoin Botelho, que é o administrador judicial, informou que estão sendo mantidos contatos permanentes com a matriz italiana que estaria interessada na compra do passivo da Parmalat brasileira e disse que o juiz está otimista para o encontro de uma solução. Nada ainda foi apurado sobre fraudes no Brasil, segundo informou.

O relator da Comissão Especial que estuda o caso Parmalat, deputado Assis Miguel, informou que vai apresentar na próxima quinta-feira relatório preliminar dos trabalhos até aqui realizados e na próxima semana será realizada sessão plenária para apreciação e votação do relatório.

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