Curitiba teve inflação de 1,88% em janeiro

A inflação de janeiro para as famílias curitibanas que recebem entre um e quarenta salários mínimos foi de 1,88%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O índice foi 0,35 ponto percentual superior ao de dezembro de 2002 (1,53%) e 1,00 ponto percentual acima do registrado em janeiro de 2002 (0,88%). Nos últimos doze meses, a variação do IPC foi 13,13%, contra 5,89% acumulados nos doze meses anteriores a janeiro do ano passado.

Seis dos sete grupos de produtos e serviços pesquisados pelo Ipardes tiveram alta no último mês. Com aumento de 2,49%, Transporte e Comunicação teve a maior influência no índice mensal (0,47 ponto percentual), motivada principalmente pela elevação de 8,95% no preço da gasolina. Este foi o item que mais impactou o IPC de janeiro, contribuindo com 0,21 ponto percentual. Também tiveram elevação nesse grupo: automóvel de passeio nacional zero (3,04%), conserto de veículos (4,11%), seguro de veículos (19,29%), álcool combustível (5,09%) e corrida de táxi (8,68%). A única queda significativa ocorreu em passagem de avião (-11,85%), que representou a maior contribuição negativa do índice (-0,05 ponto percentual).

A segunda maior influência foi o grupo Alimentos e Bebidas, com incremento de 2,42%, decorrente de altas em café em pó (8,50%), refeições (1,22%) e pão francês (2,74%). Entre as quedas, destaque para: tomate (-17,15%), açúcar refinado (-3,68%) e farinha de trigo (-3,97%). Já Habitação teve acréscimo de 1,39%, pressionada pela tarifa de água e esgoto (10,82%). Também tiveram resultados positivos: Artigos de Residência (1,67%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,38%) e Despesas Pessoais (2,51%) – este em função das majorações das taxas de cartório (39,14%) e itens de educação: curso fundamental (7,47%), curso superior (9,39%) e curso pré-escolar (5,80%). O único grupo que registrou queda de preços foi Vestuário (-1,02%).

Mais aumentos

Os técnicos do Ipardes estimam que o índice de fevereiro fique ao redor de 1,5%. “Os combustíveis serão os grandes vilões da inflação”, aponta o economista Carlos Renato Sofka, do Ipardes, referindo-se à redução do percentual de álcool anidro na gasolina (de 25% para 20%), que elevou o preço da gasolina, e à alta do álcool combustível. Outro item que pode pressionar a taxa é a tarifa de ônibus, que representa 0,45% do orçamento familiar. Em fevereiro do ano passado, foi o fator determinante da inflação de 0,20%. Confirmando-se o reajuste de 13% nesse mês (de R$ 1,50 para R$ 1,70), terá impacto de 0,03 a 0,04 ponto percentual no IPC.

Já os preços dos alimentos podem ter uma pequena redução, segundo os técnicos. “Há sinais de preços menores nos produtos agropecuários e no leite e derivados”, cita Sofka, acrescentando que alguns itens que subiram com a variação cambial já apresentaram queda em janeiro, como trigo e açúcar. A incerteza fica por conta da guerra entre EUA e Iraque. “Se houver uma explosão cambial, fica difícil prever o impacto nos preços”, comenta Sofka. Ele destaca que os preços do vestuário, que historicamente caem em fevereiro, por causa das liquidações, já começaram a diminuir em janeiro e tendem a se manter em queda.

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