Crédito para compra de carro cresce 13,8%

Incentivados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que acabou significando uma pequena queda no preço dos automóveis, os consumidores foram atrás de crédito para o financiamento de veículos. De acordo com dados divulgados hoje (29) pelo Banco Central, o volume de créditos destinado à aquisição de automóveis apresentou crescimento de 13,8% de agosto para setembro, passando de R$ 1 512 bilhão para R$ 1,720 bilhão. Com as promoções, a taxa de financiamento apresentou uma pequena queda, de 50% ao ano em agosto para 47,4% ao ano em setembro.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, com exceção do financiamento para veículos, os consumidores buscaram pouco crédito no mês. ?As pessoas físicas estão optando por quitar os empréstimos bancários, ao invés de contratar novas dívidas porque a taxa de juros permanece elevada?, explicou.

O pagamento de dívidas, feito com a renda extra advinda do recebimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), fez com que a inadimplência para as pessoas físicas permanecesse no mesmo nível de 15%.

Com relação a taxa de juros, a queda para o conjunto de operações feitas para as pessoas físicas foi de apenas 0,6 ponto porcentual. No geral, a taxa passou de 75,3% ao ano em agosto para 74,7% ao ano em setembro.

Para as pessoas jurídicas, o Banco Central promoveu uma mudança metodológica na apuração das taxas. O chefe do Depec explicou que o BC passou a incluir na taxa de juros as operações pós-fixadas e também as realizadas com taxas flutuantes. Antes da mudança, a taxa de juros para as empresas era baseada somente nas operações prefixadas.

Com a nova metodologia, a taxa de juros paga pela pessoa jurídica cai, uma vez que o juro é menor nas operações feitas com taxas pós-fixadas e flutuantes. Lopes disse que esse tipo de financiamento é voltado para as grandes empresas, que passaram a demandar mais crédito interno por conta da dificuldade de captação de recursos no mercado externo. Na nova metodologia, a taxa de juros para a pessoa jurídica caiu de 26% em agosto para 22,7% em setembro. Apenas nas operações prefixadas, a taxa de juros para as empresas  foi de 42,4% em setembro.

A queda nas taxas de juros não significa que os bancos estão ganhando menos nas operações de crédito com seus clientes. O ?spread? bancário, que é a diferença entre a taxa de captação – que é quanto o banco paga aos clientes pelos seus investimentos – e a taxa de aplicação – que é quanto os bancos cobram nos empréstimos – permanece elevada. O spread nas operações com as empresas ficou em 15,4% ao ano em setembro e para as pessoas físicas, em 50,6%.

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