Copel renegocia contrato e fecha acordo com a Cien

Depois de quase sete meses de negociações, a Copel chegou a um acordo com a Cien – Companhia de Interconexão Energética, reformulando os termos de dois contratos para a compra de energia elétrica oriunda da Argentina assinados no final de 1999. Os contratos, cada um objetivando a aquisição de 400 megawatts de energia com preços referenciados ao dólar, cláusula take or pay (pague mesmo que não use) e vigência de 20 anos, representariam um desembolso anual à Copel da ordem de R$ 750 milhões e tiveram – a exemplo de outros – seus pagamentos suspensos a partir da posse da nova diretoria, em janeiro.

Em termos gerais, a renegociação com a Cien reduziu à metade os volumes de energia a serem adquiridos (de 800 para 400 megawatts) e os desembolsos relacionados, abreviou de 20 para 7 anos o tempo de vigência do compromisso (até 31 de dezembro de 2009) e eliminou a referenciação das tarifas ao dólar, adotando critérios de correção reconhecíveis pela Aneel – fato que irá permitir a homologação dos contratos pelo poder concedente.

Também foram negociados os montantes dos débitos acumulados a partir de janeiro, quando a Copel suspendeu os repasses decorrentes dos contratos originais.

Próximo passo:

UEG Araucária

O presidente da Copel, Paulo Pimentel, externou sua satisfação ao assinar o memorando de entendimento com a Cien, mencionando que dos grandes problemas herdados da gestão anterior, a atual diretoria da empresa já deu solução a dois: Itiquira e Cien. “O próximo passo é solucionar o contrato de compra de energia da UEG Araucária”, adiantou Pimentel. As negociações em torno desse compromisso foram interrompidas diante da iniciativa da sócia majoritária da usina, a norte-americana El Paso, de levar o assunto à discussão numa corte de arbitragem em Paris. “Mas mesmo para este contrato nós temos esperança de encontrar uma solução negociada”, afirmou Pimentel. “A Copel tem por princípio honrar os seus contratos, e todos eles prevêem a possibilidade de haver renegociações: é justamente isso o que a empresa tem feito, atendendo a uma orientação direta e bastante clara que nos foi passada no dia da posse pelo governador Roberto Requião”.

Nível elevado

Ao lado dos diretores da Cien, Paulo Pimentel disse que “o acordo que acabamos de fechar é muito mais que um mero ato de natureza comercial: é uma homenagem à boa vontade de pessoas que acreditaram no entendimento e na disposição ao diálogo como caminhos preferenciais à solução de divergências”.

Sobre as negociações, o presidente destacou o elevado nível e o clima de cordialidade com que as tratativas ocorreram. “Sem dúvida, estávamos tratando de um caso bastante complexo, mas o empenho e a determinação de ambas as partes em encontrar uma solução conciliadora pavimentou bem o caminho.”

O acordo selado ontem (18) com a Cien está sendo formalmente comunicado hoje pela Copel ao mercado investidor por meio de uma nota de Fato Relevante.

Segundo técnicos das áreas de suprimento e planejamento da Copel, os 400 megawatts de energia que a empresa continuará a comprar da Cien serão necessários para atender o mercado no Paraná.

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