Consumidor compra, mas precisa de prazo

A utilização do cheque pré-datado como instrumento para pagamento de créditos 90 dias após a dívida ter sido contraída cresceu 15,47% na média dos últimos sete meses, segundo levantamento realizado pela Telecheque. Esta é uma amostra de que comerciantes e consumidores estão despertando para a necessidade de alongar o prazo de pagamento, mas sob a égide de um instrumento seguro e de fácil contestação no caso da ocorrência de inadimplência.

No período entre janeiro e julho do ano passado o mesmo estudo mostrava que a participação dos cheques emitidos para serem depositados três meses mais tarde representava 6,33% do total das operações comerciais com cheques no varejo. Já neste ano, nos primeiros sete meses a participação dos pré de 90 dias subiu para 7,30%.

No geral, o uso de cheques pré-datados como forma de concessão de crédito permaneceu estável, já que apresentou queda de apenas 0,04%, levando em conta a mesma base de comparação. Os consumidores têm usado cada vez mais o cheque como um instrumento de crédito em longo prazo, pois com ele todo dia é ?bom? para comprar, diz o vice-presidente da Telecheque, José Antônio Praxedes Neto. O aumento das transações pré-datadas para 90 dias confirma também o fato de que o cheque ?é uma das formas mais rápidas, simples e seguras de efetuar compras no varejo?, explica Praxedes.

O estudo da Telecheque mostra ainda que o volume de cheques pré-datados para 60 dias apresentou pequeno aumento. Entre janeiro e julho de 2004 eles correspondiam a 21,48% do total das transações, passando para 21,51% entre janeiro e julho deste ano. O crescimento foi de 0,16%. Já as transações com cheques pré-datados para 120 dias apresentaram o maior aumento nominal, de 56,77%. No entanto, o estudo constatou que essa é a opção de crédito menos escolhida pelos consumidores. Entre janeiro e julho de 2004 representava 1,20% do total e passou para 1,89% nos sete primeiros meses deste ano.

?A mudança de comportamento dos consumidores em relação aos prazos de pagamento já vinha sendo sinalizada, sobretudo por causa da ampla oferta de crédito no varejo, alternativa encontrada pelos lojistas para não aumentar os preços proporcionalmente à elevação dos juros e assim alavancar as vendas?, afirma Praxedes.

O volume de cheques pré-datados para 30 dias apresentou queda de 4,6%, embora ainda responda pela maior parte dos valores transacionados com cheques no varejo.

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