Compras e vendas externas ainda em alta

Brasília (AE) – A balança comercial registrou superávit de US$ 700 milhões na terceira semana de fevereiro, o melhor saldo semanal do ano, resultado de exportações de US$ 2,795 bilhões e importações de US$ 2,095 bi. O saldo acumulado no mês chega a US$ 1,753 bi e no ano, a US$ 4,246 bi. De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, os números são bons, mas ainda é cedo para determinar uma tendência para o ano.

Os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as importações seguem crescendo num ritmo mais forte do que as exportações, a exemplo do que ocorreu no ano passado. No mês, as vendas ao exterior tiveram expansão de 15,3%, contra uma elevação de 25,3% nas compras.

Pelo lado das importações, os números mostram crescimento nas compras de produtos prontos, como automóveis e produtos farmacêuticos. ?Se fossem insumos e matérias-primas, poderíamos considerar o dado como positivo, mas produtos prontos não?, argumentou Castro. Se a importação de matérias-primas estivesse crescendo num ritmo forte, seria um bom indicador de aumento da atividade industrial. A compra de produtos prontos aponta na direção contrária.

O crescimento de 51,7% nas importações de farmacêuticos, na comparação com fevereiro de 2006 é um exemplo citado pelo vice-presidente da AEB. O número pode indicar que, em vez de importar a matéria-prima e fabricar o produto no País, compram o produto pronto.

Outro dado preocupante, na avaliação de Castro, é o crescimento de 36,8% nas importações de produtos siderúrgicos. ?O mundo inteiro está preocupado com a entrada da China como exportadora no mercado, pois ela pode forçar uma baixa de preços?, disse. ?É por isso que se discute a possibilidade de voltar a taxar a importação de aço.? Os produtos siderúrgicos pagavam imposto de importação na casa dos 10% a 12%, mas hoje a maioria está com alíquota zero.

Pelo lado das exportações, Castro destaca o crescimento de receitas com a exportação de carnes e café, provocado pelo aumento da cotação dos dois produtos no mercado internacional. Segundo o MDIC, em fevereiro houve crescimento das exportações em todas as categorias: básicos cresceram 34,2%; semimanufaturados, 18,5%; e os manufaturados, 8,1%.

O vice-presidente da AEB acredita que o etanol, ?a coqueluche do momento?, terá um impacto positivo na balança, mas só a partir de 2008. Este ano, acredita ele, poderá haver até uma queda nas receitas com o produto, porque o preço no mercado internacional caiu fortemente com a entrada do etanol americano. A partir de 2008, porém, é esperado que os automóveis já estejam adaptados ao etanol, e isso poderá levar a um forte aumento da demanda.

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