Comércio inverte tendência e volta a crescer

As vendas do comércio varejista do Paraná interromperam o período de sete meses de queda e voltaram a crescer. Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas em fevereiro aumentou 2,40% na comparação com igual mês do ano passado. Em nível nacional, o crescimento foi de 5,35%. Já na comparação com janeiro, o volume de vendas caiu 0,10% no Paraná e 4,13% na média brasileira.

Entre os segmentos que registraram crescimento das vendas no Paraná em fevereiro, destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 6,32% – próximo ao desempenho nacional, que foi de 7,27%. Ligada à renda, essa atividade era a que vinha puxando o índice de vendas do Paraná para baixo nos últimos meses. No setor móveis e eletrodomésticos, o crescimento foi de 3,01%, bem abaixo da média do País, que ficou em 10,45%. ?É um setor muito ligado ao crédito e à oferta de crédito?, explicou o economista Reinaldo Pereira, da Coordenação do Comércio do IBGE.

Na atividade de artigos far-marcêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, o crescimento foi de 5,56%, acima da média nacional de 3,95%. ?É uma atividade em que não há muita previsão. Depende do clima, da renda e outros fatores?, afirmou Pereira. Repetindo o desempenho dos meses anteriores, o setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação foi o que mais cresceu – 38,64% no Paraná e 43,78% no País -, beneficiado sobretudo pelo dólar baixo. Outros artigos de uso pessoal e doméstico também registraram aumento nas vendas, de 8,65% (Paraná) e 8,57% (Brasil).

Na contramão, as atividades que registraram queda no volume de vendas foram combustíveis e lubrificantes (-9,73% no Paraná), por conta sobretudo da alta dos preços dos combustíveis. O setor de tecidos, vestuário e calçados também apresentou queda (-2,18%), assim como o de livros, jornais, revistas e papelaria (-21,61%).

Com o resultado de fevereiro, a expectativa é que as vendas do comércio varejista no Paraná se sustentem. No ano passado, a crise que veio da agricultura – provocada pela forte estiagem, dólar baixo e preços agrícolas em queda no mercado internacional – afetou a renda principalmente dos moradores do interior. Depois de junho, quando as vendas cresceram 1,99%, foram sete longos meses de índices negativos – o pior deles foi registrado em janeiro último, quando as vendas caíram 5,91%. No ano (primeiro bimestre), as vendas acumulam queda de 2,01%.

País

Em nível nacional, o comércio varejista apresentou resultados negativos em fevereiro na comparação com janeiro, com taxas de -4,13% para o volume de vendas e de -1,95% para a receita nominal. Na comparação com fevereiro do ano passado, o volume de vendas cresceu 5,35%.

No corte regional, 22 dos 27 estados obtiveram resultados positivos no volume de vendas na comparação fevereiro 06 / fevereiro 05, com as variações de maior magnitude se estabelecendo em Roraima, com taxa de 31,21%, Acre (22,87%), Amapá (20,35%), Maranhão (17,04%) e Amazonas (14,77%). As quedas ocorreram em Mato Grosso (-12,11%), Rio Grande do Sul (-4,99%), Rondônia (-0,72%), Pernambuco (-0,66%) e Minas Gerais (-0,26%).

Ainda por unidades da federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas, na comparação de fevereiro com janeiro, nove estados tiveram variações positivas e 18 negativas. As maiores reduções ocorreram em Sergipe (-14,83%), Mato Grosso (-14,38%), Rio Grande do Norte (-9,63%), Minas Gerais (-9,52%), e Amapá (-9,33%). Já os destaques positivos foram: Acre (7,71%), Roraima (4,00%), Rondônia (2,36%), Alagoas (1,53%), e Santa Catarina (1,40%). 

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