Faturamento

Comércio está otimista com chegada do Dia dos Pais

Aumento de pelo menos 10% nas vendas, em relação à mesma data do ano passado. É o que o comércio espera em relação ao Dia dos Pais, que cai no próximo domingo (8). A expectativa vem no embalo dos prognósticos para o segundo semestre, período em que a grande maioria (77%) dos comerciantes paranaenses espera vender melhor, na comparação com os últimos seis meses de 2009.

No País, uma pesquisa realizada pela Serasa Experian apontou que 55% dos varejistas acreditam que o faturamento, no Dia dos Pais, vai aumentar em relação à mesma data do ano passado. A taxa é a maior desde que a pesquisa foi iniciada, em 2005. Apenas 6% estão prevendo queda nas vendas, enquanto 39% preveem que o faturamento será igual ao do ano anterior. Já a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) consultou varejistas de diferentes segmentos e constatou que a data deve ter vendas 10% melhores este ano, com gastos entre R$ 60 e R$ 100 com os presentes.

No relatório que divulgou sua pesquisa, a Serasa Experian lembra que, no Dia dos Pais de 2009, a economia nacional já tinha saído da crise e estava em crescimento – ao contrário de outras datas do primeiro semestre deste ano, que tiveram base de comparação mais baixa. Por isso, a instituição ressalta a importância dos números atuais. No Dia dos Pais de 2009, 41% dos entrevistados previam aumento do faturamento, 41% estabilidade e 18% queda.

Para o consultor econômico Vamberto Santana, que costuma fazer pesquisas para a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), o maior movimento, mesmo a uma semana da data, é apenas dos lojistas, que vêm anunciando suas promoções. “É o marketing para lembrar ao consumidor de que a data existe, que os pais precisam ser presenteados e que na loja tem presentes”, diz. Segundo ele, porém, a propaganda ainda não refletiu, efetivamente, em compras -mais esperadas para os três ou quatro dias anteriores à data.

De acordo com Santana, lojas de departamento e de roupas, bem como os supermercados, são os que têm mais tendência a faturar com o Dia dos Pais. Este ano, ele lembra que a data vem pouco tempo depois da Copa do Mundo – período em que muitas famílias gastaram bastante com produtos relacionados ao evento, alimentos e até itens mais caros, como TVs. Assim, ele afirma que é possível que muitas pessoas gastem um pouco menos que costumam gastar na data, com os presentes, já que podem ter comprometido um pouco suas rendas em junho e julho.

Segurança

Na opinião do especialista, o bom desempenho esperado pelo comércio no segundo semestre deste ano tem a ver com a maior segurança econômica dos trabalhadores. “Há uma demanda muito grande por conta do adicional de mão-de-obra que encontrou espaço no mercado de trabalho, e à boa expectativa dos trabalhadores de que vão continuar empregados”, explica Santana. Mais seguros, lembra ele, os trabalhadores vão mais às compras.

Santana lembra, ainda, que os segundos semestres de cada ano são, costumeiramente, melhores para o comércio que os primeiros seis meses. “Além do décimo-terceiro, há as devoluções do Imposto de Renda. Isso tudo aumenta o poder de compra das pessoas”, observa. Além disso, ele nota que a inflação vem dando sinais de que está sob controle, e que isso deve refletir em menos – ou nenhum – aumentos na taxa de juros, pelo Banco Central.

Pesquisa

A pesquisa da Serasa Experian apontou os comerciantes da região Sul como os menos otimistas (50% esperam mais vendas). A maior porcentagem ficou com a região Nordeste (67%), seguida pelo Centro-Oeste (61%), Sudeste (55%) e Norte (53%). O levantamento também indicou que os grandes varejistas são os mais otimistas com o próximo Dia dos Pais. Oitenta por cento dos entrevistados desse porte preveem faturar mais que na mesma data de 2009. Nas médias empresas, a taxa cai para 60% e nas pequenas, para 54%.

A previsão dos comerciantes também &eac,ute; de aumento nas vendas a prazo (de 47% no ano passado, para 51% este ano) e redução nos negócios à vista (de 53% para 49%, respectivamente). Entre os presentes mais ofertados estão as roupas, sapatos e acessórios (apontados por 55% dos entrevistados); celular (23%); eletrônicos (6%); perfumaria e cosméticos (6%); vinhos/bebidas (2%); jantar/almoço em restaurante (1%); jóias, relógios e canetas (1%); CD’s, DVD’s e livros (1%); computador/impressora (1%); jogos eletrônicos (1%) e outros (3%).

Descontos e promoções são atrativos

Apesar das compras para o Dia dos Pais estarem sendo adiadas para os últimos dias anteriores à data, a guerra para atrair os consumidores já começou há algumas semanas. Nos shoppings, por exemplo, aposta-se em descontos para alavancar os negócios, e em ações promocionais focadas em manter a continuidade das boas vendas.

No Shopping Crystal Plaza em Curitiba, por exemplo, os lojistas apostam em descontos que podem chegar a até 70%, e no prolongamento da liquidação de inverno do estabelecimento, que vai até 15 de agosto. A gerente de Marketing do shopping, Lylian Vargas, informa que a expectativa é que as vendas sejam de 8% a 10% maiores do que no mesmo período em 2009.

Em algumas lojas espera-se até que as boas vendas efetuadas no período da Copa do Mundo emendem com os negócios fechados para o Dia dos Pais. Na Fast Shop, que teve crescimento de 7% nas vendas antes da Copa -puxado pelos aparelhos de televisão -, a previsão é de que a taxa seja mantida até o próximo domingo.

Mais otimista, o Palladium Shopping Center está trabalhando com uma possibilidade de aumentar em 20% as vendas em relação à mesma data de 2009. Apesar de alto, o aumento é menor que os 40% de crescimento que o empreendimento experimentou em outras datas deste ano. A gerente de Marketing do local, Maria Aparecida de Oliveira, diz que o shopping acredita na continuidade do aquecimento nas vendas, mesmo sem liquidação -apenas com uma grande ação promocional.

Celulares

Possível segundo produto na ordem de preferência dos consumidores para presente do Dia dos Pais, os celulares – de preferência os smartphones -devem fazer a alegria de muitos pais, no próximo domingo. Porém, será preciso que os filhos ou gastem uma boa quantia para presentearem com um aparelho desbloqueado, ou combinem previamente qual plano de serviços caberá no bolso dos pais. Aparelhos mais simples podem até sair de graça, desde que fiquem por pelo menos 12 meses vinculados a planos que custam cerca de R$ 50 por mês.
(HM)

Procon recomenda ter cautela ao comprar

Apesar do forte apelo para a compra dos presentes, o Procon-PR tem feito alguns alertas importantes aos consumidores. Ter atenção em cada modalidade das compras está entre as dicas mais enfatizadas. O órgão enfatiza que informações de preços à vista e a prazo, número de parcelas e taxas de juros mensal e anual, devem estar afixadas de forma legível e clara nas vitrines e junto aos produtos. Havendo diferença entre o preço na vitrine e o preço no produto, vale o que for menor.

O Procon também alerta para que o consumidor procure fazer uma compra consciente, com escolhas sempre dentro da disponibilidade financeira de cada um. Com o presente escolhido, a recomendação é pela pesquisa de preços, que variam entre os estabelecimentos. Caso a compra seja via internet, a dica é ficar atento ao endereço eletrônico do site, que deve começar com “https://”, e ao cadeado de segurança, que deve aparecer na tela. Assim, o risco de interceptação dos dados pessoais do comprador é bastante reduzido. Outro detalhe importante é imprimir ou salvar para uma futura impressão, caso necessário, o comprovante da compra, onde consta a descrição do pedido.

Além disso, vale pedir – e guardar -o email de confirmação, além de ficar atento à data de entrega. Segundo o Procon, sites que não divulgam telefone, endereço e CNPJ devem ser evitados. O órgão também lembra que, da mesma forma que nas demais compras feitaas fora de estabelecimentos comerciais (catálogo, telefone, entrega em domicílio etc), as compras pela internet têm prazo de sete dias após o recebimento da mercadoria ou da assinat,ura do contrato de serviço para desistência por parte do consumidor, com direito à restituição de valores pagos. (HM e AEN)