Combustíveis impulsionaram a inflação

A alta dos preços dos combustíveis fez com que a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançasse para 0,43% em março, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice ficou muito próximo da taxa de 0,41% de fevereiro. No ano, a inflação acumula crescimento de 1,44%. Na Grande Curitiba, o IPCA fechou com alta de 0,50%.

A maior contribuição individual no índice do mês (0,17 ponto percentual) foi constatada na gasolina com aumento nos preços de 2,78%, tanto em função de reajustes no álcool como na alteração em sua composição. O litro do álcool combustível, por sua vez, chegou a ficar 12,85% mais caro e contribuiu com 0,12 ponto percentual. Embora o aumento do álcool tenha sido maior, sua contribuição foi inferior à da gasolina por conta da pequena participação nas despesas das famílias e, conseqüentemente, nos cálculos do índice. Juntos, os combustíveis para veículos tiveram alta de 4,97%, contribuindo com 0,29 ponto percentual no resultado de 0,43% do IPCA. No ano, a gasolina acumula alta de 4,60%, enquanto o álcool tem incremento de 27,54%.

Entre as onze regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a Grande Curitiba foi a que registrou a maior variação nos preços dos combustíveis, com o aumento de 7,16%. A menor variação ocorreu no Distrito Federal (1,59%). Em Curitiba, a gasolina subiu 4,75% em março, enquanto o álcool combustível, 13,83%. No ano, os combustíveis já subiram 10,85% em Curitiba e Região Metropolitana. Em nível nacional, o índice acumulado é de 9,21%.

Segundo Eulina dos Santos, coordenadora de Índices de Preços, os combustíveis sofreram influência basicamente de dois fatores: a redução de percentual do álcool anidro na gasolina de 25% para 20% e a continuidade de pressão dos preços do álcool hidratado. ?O que se verifica é que a mudança de percentual [de álcool na gasolina] forçou os preços da gasolina?, afirma.

Outros produtos

Na Grande Curitiba, outros produtos que pressionaram a inflação foram artigos de residência (alta de 0,35%), com destaque para itens do mobiliário (0,67%); transportes (2%), vestuário (0,17%) e habitação (0,17%). Já os grupos que ajudaram a ?segurar? a inflação foram alimentos e bebidas (com queda de 0,83%) e produtos farmacêuticos (-0,12%).

Dentro do grupo alimentos e bebidas, que registrou queda de 0,24% em nível nacional, o destaque ficou por conta do preço do frango, que caiu 12,15% em março. Segundo Eulina dos Santos, o temor da gripe aviária gerou uma diminuição do consumo no mercado interno e reduziu as exportações do produto.

Entre as regiões pesquisadas, o maior índice foi verificado em Brasília (0,75%). Já o menor índice foi observado no Rio de Janeiro, (0,18%). Em 12 meses, o IPCA acumulado ficou em 5,32%. No primeiro trimestre, o IPCA soma alta de 1,44%, inferior ao mesmo período do ano passado (1,79%).

O IPCA é o índice que baliza as metas de inflação definidas pelo Banco Central. Para 2006, o BC persegue uma meta de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O índice se refere a famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia. 

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