Cesta básica sobe 2,52% puxada por tomate e batata

A cesta básica em Curitiba fechou o mês de fevereiro com alta de 2,52%, puxada principalmente pelo tomate e pela batata, que tiveram aumento de 27,18% e 21,71%, respectivamente. Com os dados de fevereiro, a cesta básica acumula no ano alta de 5,27% – a maior variação positiva registrada nos dois primeiros meses do ano desde 1995. Nos 12 meses, o acumulado é de 4%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Dos 13 itens que compõem a cesta básica, sete apresentaram aumento de preço em fevereiro com relação a janeiro. Além do tomate e da batata, tiveram alta a banana (2,37%), óleo de soja (1,27%), carne (1,25%), pão (0,77%) e café (0,40%). O preço do tomate subiu em 14 das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. De acordo com o economista Sandro Silva, o aumento se deve a fatores climáticos, com fortes chuvas seguidas por intenso calor, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, que são os grandes produtores do fruto. Com isso, a oferta do produto reduziu. Em Curitiba, o preço médio do quilo subiu de R$ 1,03 para R$ 1,31.

Já no caso da batata, que teve aumento nas nove capitais pesquisadas, a alta é atribuída ao excesso de chuva, que prejudicou o escoamento. Desde janeiro, a batata já acumula alta de 48,11%. ?O preço deve se estabilizar num patamar alto?, apontou Sandro Silva. Em Curitiba, o preço médio do produto é de R$ 1,57 o quilo. Caso o tomate e a batata tivessem apresentado estabilidade nos preços, a cesta básica teria fechado com queda de 0,11%.

Na outra ponta, apresentaram queda de preço o arroz (-11,24%), leite (-3,30%), farinha de trigo (-3,23%), feijão (-2,34%), açúcar (-1,69%) e manteiga (-1,42%). No caso do arroz, que apresentou a maior variação negativa, a queda é atribuída ao período de safra e à cotação baixa do produto, especialmente no atacado. Das 26 capitais pesquisadas, 12 apresentaram queda no preço do arroz. Já a queda do preço do leite se deve ao período propício para a produção.

Quinta posição

A cesta básica em Curitiba custou em fevereiro R$ 164,13. Foi a quinta cesta mais cara do País, atrás de Porto Alegre (R$ 175,57), São Paulo (R$ 175,04), Brasília (R$ 170,10) e Rio de Janeiro (R$ 169,79). Quanto à variação, Curitiba apresentou a sexta maior alta (2,52%). Das 16 capitais pesquisadas, apenas três tiveram deflação: Recife (-1,15%), Brasília (-0,30%) e Fortaleza (-0,23%). O maior aumento foi verificado em Salvador (4,61%).

Para uma família curitibana, composta por um casal e duas crianças, o custo da alimentação essencial foi estimado em R$ 492,39. Em fevereiro, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 1.476,96, para atender a necessidades básicas como educação, moradia, alimentação, transporte, saúde, lazer, previdência social, vestuário, conforme determina a lei que estabeleceu o salário mínimo.

No ano, os produtos que sofreram as maiores variações de preços em Curitiba foram a batata, com alta de 48,11%, seguida pela manteiga (10,65%) e o tomate (9,17%). Já as quedas ficaram por conta do arroz (-10,23%), óleo de soja (-7,01%) e farinha de trigo (-4,76%).

Expectativas

Para o mês de março, a variação da cesta básica vai depender do comportamento da batata e do tomate, de acordo com Sandro Silva. ?A batata está sinalizando estabilidade de preço em patamares elevados, com possibilidade de queda. Também quanto ao tomate, existe a tendência de reversão da alta?, explicou Sandro. Caso as expectativas se confirmem, a tendência é de que em março a cesta básica apresente variação menor do que a registrada em fevereiro, ou até mesmo deflação. 

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