Cesta básica ficou mais barata

Depois de três meses seguidos de aumento, os preços dos alimentos finalmente caíram em Curitiba. A queda de 5,55% no mês passado foi a maior desde janeiro de 2006. Com o resultado de abril, a cesta básica acumula no ano alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, queda de 0,12%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

Dos 13 itens que compõem a cesta básica de Curitiba, nove registraram redução no preço e quatro, aumento. A queda mais acentuada foi a do tomate (-23,97%), com o quilo passando de R$ 3,17 para R$ 2,41. ?O preço estava em patamar muito elevado, mais alto até do que o quilo do frango. Além disso, já estamos no início da safra do ?tomate de risco??, explicou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. Em dezembro, o quilo do tomate custava R$ 1,58. ?O preço dobrou em três meses?, apontou, atribuindo o aumento a problemas climáticos em estados produtores de tomate – como São Paulo e Minas Gerais – e a redução da área plantada no Paraná.

O feijão, que está em período de safra, também ficou mais barato em abril – o preço médio do quilo passou de R$ 1,94, em março, para R$ 1,78 no mês passado (-8,25%). O açúcar teve redução de 6,85%, por conta do período de safra da cana-de-açúcar.

O preço da carne vermelha também caiu, com o quilo passando de R$ 9,38, em média, para R$ 8,75. ?Desde o ano passado, o quilo da carne vinha em patamar alto. O preço já vinha acima do normal?, apontou Silva. Outros itens que registraram queda em abril, por conta do período de safra, foram arroz (-5,73%), óleo de soja (-4,24%) e banana (-3,59%). Também a farinha de trigo e o café ficaram mais baratos no mês passado: queda de 1,88% e 1,52%, respectivamente.

Por outro lado, o quilo da batata subiu 38,46% em Curitiba, passando de R$ 1,04, em média, em março, para R$ 1,44 em abril. Desde janeiro, o quilo do produto já subiu 80%. Outros produtos que registraram aumento foram leite (3,54%), manteiga (1,64%) e pão (0,47%).

Sétima mais cara

Na comparação com outras capitais, Curitiba apresentou a sétima cesta mais cara do País, ao custo de R$ 172,04. A mais cara foi encontrada em Porto Alegre (R$ 199,09) e a mais barata em João Pessoa (R$ 140,37). Quanto à variação, a capital paranaense registrou a terceira maior queda (-5,55%), atrás de Belo Horizonte (-7,46%) e Rio de Janeiro (-5,74%). Das 16 capitais pesquisadas, 12 registraram variação negativa e quatro, positiva. O maior aumento ocorreu em Porto Alegre (3,19%). Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário para atender necessidades básica como alimentação, moradia, educação, saúde, entre outros, deveria ser de R$ 1.672,56 para uma família de quatro pessoas.

Produtos de limpeza e higiene reduziram 2,52%

Não foram apenas os preços dos alimentos que caíram em abril em Curitiba. Conforme pesquisa do Dieese, feita em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar), os produtos de limpeza e higiene ficaram 2,52% mais baratos no mês passado na comparação com março.

Entre os produtos de limpeza (-0,13%), o principal impacto veio do sabão em pó, cujo preço caiu 0,93%, seguido por esponja de louça (-2,99%) e detergente líquido (-1,70%).

Já os produtos de higiene tiveram uma redução de preços ainda maior, de 4,13%, influenciados sobretudo pela queda no preço do papel higiênico (-9,70%), creme dental (-10,78%) e condicionador de cabelo (-3,23%).

Na comparação entre os maiores e os menores preços encontrados, a maior variação continua sendo a do balde de oito litros, que custa entre R$ 1,58 e R$ 8,87 – ou seja, variação de 461,39%. Outro produto com grande variação de preço (91,18%) é o lustra móveis de 200 ml, encontrado entre R$ 2,04 e R$ 3,90.

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