Alimentação

Cesta básica de Curitiba registra deflação em 2009

A cesta básica curitibana acompanhou a tendência registrada em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e fechou 2009 valendo R$ 211,85, com uma baixa de -7,65% em relação a 2008 – a maior queda desde a implantação do Plano Real, em 1994.

As maiores influências vieram do feijão, da farinha de trigo, do tomate e do arroz. Por outro lado, as principais altas do ano foram no açúcar, na batata, na banana e no leite.

O índice do ano passado veio após uma baixa de 4,86% em dezembro. A taxa negativa foi registrada depois de quatro meses seguidos de alta, que já somavam um índice total de 7,72% de aumentos.

A queda em dezembro também é a maior desde setembro de 2008, quando o índice fechou em -5,14%, e foi influenciada principalmente por baixas de 24,26% no tomate e 17,51% na batata. Apenas dois dos 13 produtos pesquisados tiveram aumentos: o óleo de soja (2,12%) e o arroz (1,8%).

Com os preços caindo 48,28% no ano, o feijão foi o campeão entre as baixas da cesta básica de 2009. O produto, que em dezembro de 2008 estava em alta, valendo R$ 4,64 o quilo, um ano depois passou a custar R$ 2,40.

A segunda maior queda do ano aconteceu na farinha de trigo, que barateou 25%. O tomate veio em seguida, com 17,5% de queda. E o arroz teve a quarta principal baixa, com 17,07%.

Entre as altas, a principal foi a do açúcar, que aumentou 56,2%. O quilo do produto, que valia R$ 1,21 no final de 2008, passou a custar R$ 1,89 depois de um ano.

O segundo produto básico que mais aumentou em Curitiba foi a batata, que ficou 39,84% mais cara em 2009, seguida de longe pela banana, que encareceu 13,81%. Apesar de estar com preços em queda desde agosto (-26,5% em cinco meses), o leite continuou entre os maiores aumentos do ano, com 12,06%

O economista Sandro Silva, do Dieese, afirma que, apesar do setor sucroalcooleiro reclamar da situação do mercado, houve aumento de 7% na produção de cana de 2008 para 2009.

Para ele, o aumento no açúcar deriva da pressão do mercado internacional, que experimentou quebra de safra em alguns países produtores. Segundo o economista, os bons preços do produto, que em 2007 valia R$ 1,16 o quilo, influenciaram os recentes aumentos no álcool combustível.

Tendência

Silva lembra que a queda no valor da cesta básica, em 2009, veio após duas fortes altas nos anos anteriores: em 2007, os preços subiram 11,46% e, em 2008, o aumento médio foi de 22,52%.

“Foram períodos de crescimento, aumento de consumo, quebra de safra. No segundo semestre de 2008, os preços começaram a desacelerar”, diz. Para ele, os preços em queda são influência da conjuntura negativa da economia, que começou naquele período. Para 2010, Silva prevê que os preços, em geral, voltem a subir, mas em patamares próximos à inflação.

Salário mínimo deveria ser de R$ 1.995,91 em dezembro

Redação

Conforme levantamento distribuído ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ser de R$ 1.995,91 em dezembro de 2009 para suprir suas necessidadesbásicas e da família.A constatação foi feita pormeio de utilização da Pesquisa Nacional da  Cesta Básica do mês passado,  feita pela instituição em 17 capitais  do País.

Com base no maior valor apurado para a cesta em dezembro,de R$ 237,58, em Porto Alegre,e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educaç&ati,lde;o, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,29 vezes superiorao piso em vigor no período,de R$ 465.

Em novembro de 2009, o salário mínimo necessário era bem maior, equivalendo a R$ 2.139,06, ou seja, 4,60 vezes o mínimo vigente. Em dezembro de 2008, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.141,08, o que representava 5,16 vezes o mínimo daquele período, de R$ 415,00.

O Dieese avaliou também que a predominância de queda nos preços dos produtos básicos em todas as cidades pesquisadas, tanto no comportamento mensal como no ano de 2009, fez com que o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta básica, na média das 17 localidades que fizeram parte do levantamento, fosse, em dezembro, menor que em novembro e que em dezembro de 2008.

Para comprar uma cesta de produtos alimentícios no último mês de 2009 o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir uma jornada de 95 horas e 20 minutos, inferior às 98 horas e 58 minutos exigidas em novembro e às 115 horas  e 44 minutos necessárias  em dezembro de 2008.