Cesta básica aumenta 2,51% em Curitiba

Depois de quatro meses seguidos de queda, os preços dos alimentos voltaram a subir em Curitiba. Em setembro, a cesta básica – composta por 13 itens – registrou alta de 2,51% na comparação com o mês anterior; o quarto maior índice entre as 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Com o resultado de setembro, a cesta básica em Curitiba acumula no ano queda de 10,49% e, nos últimos 12 meses, alta de 0,20%.

O tomate foi o item que mais pressionou o custo da cesta básica no mês. O aumento de 43,16% fez com que o quilo do produto saltasse de R$ 0,95, em média, em agosto, para R$ 1,36 no mês passado. De acordo com o economista do Dieese-PR, Sandro Silva, caso o preço do produto tivesse permanecido estável, ao invés de inflação de 2,51%, a cesta teria registrado alta de apenas 0,11%.

Segundo o economista, nesta época do ano o Paraná depende da oferta de outros estados, principalmente de São Paulo e Minas Gerais. ?A queda na temperatura afetou a oferta do produto especialmente nas regiões sul e sudeste?, destacou. A alta do preço do tomate foi praticamente generalizada: das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, dez registraram aumento. No Paraná, a safra do tomate inicia apenas em dezembro, com pico em janeiro.

Além do tomate, outros itens que subiram em setembro foram banana, café, carne, farinha de trigo e óleo. No caso específico da carne, o aumento de 2,90% no preço em setembro se deve, segundo o economista do Dieese, à queda da temperatura, que prejudicou as pastagens, além da falta de chuva.

Na outra ponta, a batata foi o item com maior queda no preço (-19,23%), seguido pelo feijão, arroz, manteiga, pão e açúcar. O leite foi o único item que não sofreu alteração no preço entre agosto e setembro.

País

Em nível nacional, onze das 16 capitais pesquisadas registraram aumento no preço da cesta básica, com destaque para o Rio de Janeiro, que apresentou a maior alta (5,22%). Florianópolis, com aumento de 3,69%, Porto Alegre (alta de 3,47%) e Curitiba aparecem logo em seguida. Na outra ponta, Fortaleza registrou a maior queda (-2,56%).

Em termos de valores, a cesta básica em Curitiba custou R$ 158,36 no mês passado – a sétima mais cara do país, atrás de Porto Alegre (R$ 177,68) e São Paulo (R$ 172,10). Para uma família curitibana composta por um casal e duas crianças, os alimentos custaram, em média, R$ 475,00.

Para outubro, a previsão do Dieese-PR é que a cesta básica registre novo aumento, mas com variação pequena. No caso do tomate e da batata, os preços vão depender muito da produção de outros estados – neste caso, a variação climática é que vai determinar se haverá aumento ou redução da oferta.

Acumulado

No acumulado do ano (janeiro e setembro), Curitiba registra a maior queda no custo da cesta básica (-10,49%), seguida por Aracaju (-9,82%) e Vitória (-9,55%). Segundo levantamento do Dieese, todas as 16 capitais pesquisadas acumulam queda nesta comparação. Conforme o Dieese, o salário mínimo necessário para suprir necessidades como alimentação, saúde, educação, lazer, previdência social, entre outros, deveria ser R$ 1.492,69.

Queda de 0,21% nos preços de produtos de higiene e limpeza

Ao contrário dos alimentos, produtos de higiene e limpeza tiveram seus preços reduzidos, em média, em 0,21% em setembro, segundo levantamento feito pelo Dieese-PR, em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar).

Os produtos de limpeza foram os que apresentaram maior redução nos preços (-0,55%), influenciada principalmente pelas quedas no sabão em barra (-5,92%), esponja de louça (-4,48%) e no detergente líquido (-3,892%). Já as altas ficaram por conta do balde de oito litros (aumento de 27,30%) do sabão em pó Omo Multiação (10,12%), da esponja de aço Bombril (5,02%), entre outros.

Desde maio, quando as duas entidades iniciaram a pesquisa, os produtos de limpeza tiveram os preços reduzidos em todos os meses, com exceção de agosto, quando houve alta de 1,92%. Para o economista Sandro Silva, como a série histórica ainda é curta, é difícil saber se o setor tem sazonalidades. ?De qualquer forma, é forte a concorrência neste segmento, o que força os preços para baixo. A queda também se deve ao baixo nível de inflação?, comentou.

Já os preços dos produtos de higiene ficaram estáveis (alta de 0,02%), com destaque para os aumentos no sabonete (3,65%), condicionador (8,90%) e no creme para a pele (3,96%). Já o papel higiênico ficou, em média, 4,72% mais barato. Ao contrário dos produtos de limpeza, que registraram queda nos preços na maioria dos meses pesquisados, os itens de higiene oscilam entre altas e quedas.

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