CEF abre financiamento de imóveis à classe média

São Paulo (AE) –  A Caixa Econômica Federal (CEF) vai reabrir o financiamento de imóveis para a classe média, que estava suspenso desde o ano passado. Duas novas linhas de financiamento, com recursos do FGTS, serão lançadas nos próximos dias, uma para quem tem rendimentos entre R$ 2 mil e R$ 3,25 mil por mês, e outra para quem ganha acima desse teto.

A primeira é relativa a imóveis no valor total de R$ 62 mil e financiamento até R$ 44 mil (novos ou usados) ou R$ 55 mil (imóvel na planta). As taxas dessa linha são de 8,16% ao ano, mais 1% sobre o valor da operação e R$ 25 mensais de manutenção do contrato.
A outra linha atenderá mutuários com rendimento acima de R$ 3,25 mil por mês para imóveis novos ou usados, no valor de R$ 80 mil e financiamento até R$ 64 mil. As taxas neste caso são de 10,16% ao ano, mais 1% sobre o valor da operação, além de R$ 25 mensais.
Segundo o presidente da CEF, Valdery Albuquerque, o banco deve ainda ampliar os financiamentos para classe média a partir de julho. Ele não detalhou o formato das novas linhas, mas apenas garantiu que se tratam de financiamento para imóveis usados.
?Serão linhas lastreadas em letras hipotecárias?, disse Albuquerque. A instituição financeira deve abrir também a venda de consórcios de imóveis em sua rede de agências a partir do próximo mês.
Securitização
A Caixa anunciou ontem a terceira operação de cessão de créditos imobiliários com a Companhia Brasileira de Securitização (Cibrasec), estimulando o mercado secundário de hipotecas. A Caixa vai repassar créditos a receber de imóveis residenciais financiados para a entidade no valor de R$ 58 milhões.
Na Cibrasec, constituída por 36 bancos, os créditos serão utilizados como lastro para a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), títulos que serão vendidos para grandes investidores institucionais.
A operação de ontem já tem um comprador seguro. O Conselho Curador do FGTS vai adquirir um lote de CRIs, sua primeira aplicação nesse tipo de título.
Segundo Albuquerque, essa securitização garante maior liquidez ao banco, uma vez que a instituição terá à vista os R$ 50 milhões que teria a receber. ?Os recursos incrementam o funding da CEF para habitação?, disse Albuquerque.
A Cibrasec, neste caso, se tornará credora dos mutuários da Caixa. Estes não terão nenhuma alteração em seu contrato por conta da securitização. Os mutuários só passam a ser cobrados pelo novo credor.

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