Captação da poupança cai em janeiro

Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 275 milhões em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. A chamada captação líquida da poupança no mês passado foi 89,5% inferior ao verificado em janeiro de 2010, quando essa modalidade de aplicação teve os depósitos superando as retiradas em R$ 2,62 bilhões. Em dezembro do ano passado, a captação líquida foi de R$ 6,36 bilhões.

Segundo o BC, as aplicações na poupança em janeiro somaram R$ 97,77 bilhões e as retiradas, R$ 97,49 bilhões. Os rendimentos creditados somaram R$ 2,17 bilhões, levando o estoque de depósitos, nesse que o investimento mais popular do Brasil, à marca de R$ 381,24 bilhões.

O fraco resultado da poupança no mês passado não é algo incomum para o período. Em igual mês de 2009, por exemplo, a poupança teve resgate líquido de R$ 486,63 milhões. Em 2008, ano que iniciou com a economia crescendo muito forte, o saldo de depósitos superou os saques em R$ 1,18 bilhão.

O superintendente nacional de clientes pessoa física renda básica da Caixa Econômica Federal, Humberto Magalhães, explicou que janeiro é um mês errático em termos de captação para poupança. Segundo ele, o período é afetado por despesas sazonais, como tributos em alguns estados e gastos com material escolar, entre outros, que reduzem o nível de poupança das pessoas.

Mesmo com esses fatores, Magalhães destacou que a Caixa registrou em janeiro captação líquida de R$ 909,9 milhões na poupança, bem melhor do que o verificado pelo sistema como um todo. O volume levou o estoque de aplicações nessa modalidade de investimento no banco estatal para R$ 130,6 bilhões e ainda garantiu um resultado positivo para o saldo geral da poupança.

Selic

Outro fator que pode estar pesando para a caderneta é o processo de alta na taxa de juros básica (Selic), que engorda a rentabilidade de títulos públicos e de fundos de investimento. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), a indústria de fundos teve em janeiro captação líquida de R$ 12,53 bilhões, a melhor desde 2008, com destaque para os fundos de curto prazo, que receberam depósitos R$ 7,82 bilhões superiores aos saques.

Os fundos de renda fixa e multimercado tiveram captação líquida de, respectivamente, R$ 572 milhões e R$ 588 milhões. No mês passado só tiveram resgate líquido os fundos de ações (R$ 3,13 bilhões) e, estranhamente, os fundos referenciados nos Depósitos Interbancários (DIs, que perderam R$ 199 milhões em janeiro), que trabalham com as taxas de juros praticadas entre os bancos e que é próxima à taxa Selic, que está em alta. Mas, segundo a Anbima, os fundos DI veem perdendo espaço há tempos. “Os fundos Referenciados DI seguem a tendência de saques observada desde 2005, atingindo, em janeiro, a menor participação na indústria, de 12,2%, desde a sua criação em 1998”.

07/02/2011 19:35 – NG/EC/POUPANÇA/CAPTAÇÃO/CONSOLIDA

Captação líquida da poupança cai 89,5% em janeiro

Por Fabio Graner

Brasília, 07 (AE) – Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 275 milhões em janeiro, de acordo com dados divulgados hoje (07) pelo Banco Central. A chamada captação líquida da poupança no mês passado foi 89,5% inferior ao verificado em janeiro de 2010, quando essa modalidade de aplicação teve os depósitos superando as retiradas em R$ 2,62 bilhões. Em dezembro do ano passado, a captação líquida foi de R$ 6,36 bilhões.

Segundo o BC, as aplicações na poupança em janeiro somaram R$ 97,77 bilhões e as retiradas, R$ 97,49 bilhões. Os rendimentos creditados somaram R$ 2,17 bilhões, levando o estoque de depósitos, nesse que o investimento mais popular do Brasil, à marca de R$ 381,24 bilhões.

O fraco resultado da poupança no mês passado não é algo incomum para o período. Em igual mês de 2009, por exemplo, a poupança teve resgate líquido de R$ 486,63 milhões. Em 2008, ano que iniciou com a economia crescendo muito forte, o saldo de depósitos superou os saques em R$ 1,18 bilhão.

O superintendente nacional de clientes pessoa física renda básica da Caixa Econômica Federal, Humberto Magalhães, explicou que janeiro é um mês errático em termos de captação para poupança. Segundo ele, o período é afetado por despesas sazonais, como tributos em alguns estados e gastos com material escolar, entre outros, que reduzem o nível de poupança das pessoas.

Mesmo com esses fatores, Magalhães destacou que a Caixa registrou em janeiro captação líquida de R$ 909,9 milhões na poupança, bem melhor do que o verificado pelo sistema como um todo. O volume levou o estoque de aplicações nessa modalidade de investimento no banco estatal para R$ 130,6 bilhões e ainda garantiu um resultado positivo para o saldo geral da poupança.

SELIC – Outro fator que pode estar pesando para a caderneta é o processo de alta na taxa de juros básica (Selic), que engorda a rentabilidade de títulos públicos e de fundos de investimento. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), a indústria de fundos teve em janeiro captação líquida de R$ 12,53 bilhões, a melhor desde 2008, com destaque para os fundos de curto prazo, que receberam depósitos R$ 7,82 bilhões superiores aos saques.

Os fundos de renda fixa e multimercado tiveram captação líquida de, respectivamente, R$ 572 milhões e R$ 588 milhões. No mês passado só tiveram resgate líquido os fundos de ações (R$ 3,13 bilhões) e, estranhamente, os fundos referenciados nos Depósitos Interbancários (DIs, que perderam R$ 199 milhões em janeiro), que trabalham com as taxas de juros praticadas entre os bancos e que é próxima à taxa Selic, que está em alta. Mas, segundo a Anbima, os fundos DI veem perdendo espaço há tempos. “Os fundos Referenciados DI seguem a tendência de saques observada desde 2005, atingindo, em janeiro, a menor participação na indústria, de 12,2%, desde a sua criação em 1998”.