Caixa quer usar poupança na casa própria

A Caixa Econômica Federal (CEF) voltará a usar recursos da caderneta de poupança para financiamento imobiliário a partir do próximo ano. A informação foi dada ontem pelo presidente do banco, Jorge Mattoso. ?Na nossa avaliação, a partir de janeiro vamos poder utilizar os recursos de caderneta de poupança. Isso significa que nós estamos preparando novos produtos, esses produtos estarão disponibilizados para o público a partir de dezembro?, afirmou Mattoso.

A Caixa interrompeu a utilização de fundos de poupança para a concessão de crédito imobiliário em 1992, porque já tinha excedido os 100% de sua carteira com aplicações nos financiamentos imobiliários. Desde então, o banco operava os empréstimos apenas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do próprio banco. Segundo nota divulgada pela CEF, um dos novos financiamentos oferecerá juros abaixo de 12% para alcançar a classe média da população.

Quanto ao financiamento de imóveis neste ano, Mattoso ressaltou que a Caixa pode alcançar a meta de R$ 10 bilhões. ?Estamos chegando a 45% dos nossos recursos disponíveis. Isso significa que nós temos muita expectativa de cumprir a meta de R$ 10 bilhões no ano, que é o conjunto dos recursos que nós temos?, diz o presidente do banco.

?O mercado tem se comportado bastante bem. Tradicionalmente é um mercado mais comprador no segundo semestre. Portanto, achamos que, nesse período, temos todas as condições. A Caixa tem feito um esforço muito grande de ampliação de prazo, de redução de taxas, de criação de novos produtos?, diz Mattoso.

No primeiro semestre deste ano, 227.500 mutuários utilizaram R$ 1,93 bilhão de recursos do FGTS para a habitação. De acordo com projeções da Caixa feitas a partir dos números do primeiro trimestre, o ano de 2005 deverá registrar um crescimento de 37% no uso de recursos do FGTS, em comparação com o ano de 2004, com um total liberado de R$ 4 bilhões neste ano.

De acordo com o presidente da Caixa, o banco trabalha com a expectativa de que a construção civil cresça mais do que a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país para 2005, que está em torno de 3,5%. ?Nós acreditamos que o setor da construção civil vai crescer mais do que isso. Os dados de empregos, os dados de consumo de cimento, já apontam para isso.?

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