Brasil pede à OMC nova decisão sobre algodão dos EUA

Em uma espécie de seguro contra uma reviravolta num processo milionário, o Brasil decidiu apelar da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) que decretou a vitória do governo brasileiro contra os subsídios dados pelos Estados Unidos aos produtores de algodão. O Brasil quer que a entidade máxima do comércio não apenas condene os subsídios passados mas também os atuais recursos que o governo americano distribui a seus produtores.

A OMC havia declarado que Washington violava as regras internacionais e exigiu que a Casa Branca mudasse seus programas de apoio ao algodão. Mas os americanos, há duas semanas, recorreram da decisão, arrastando o processo. Hoje foi a vez de o próprio Brasil apelar, alegando que a OMC não condenou os atuais subsídios, mas apenas o apoio financeiro dado nos últimos anos. A apelação brasileira ainda está condicionada a uma eventual decisão dos árbitros de rever a decisão que deu a vitória ao País, como querem os americanos. Para o governo, a iniciativa de hoje é uma espécie de seguro contra uma eventual mudança na avaliação da OMC sobre o caso.

Em uma eventual reviravolta da disputa, o Brasil avisa que colocará em questão os atuais programas existentes nos Estados Unidos para o setor. A guerra entre os dois países já dura cinco anos, sem nenhum resultado concreto na redução dos subsídios, apesar das inúmeras derrotas dos americanos. O Itamaraty chegou a pedir para retaliar os americanos em US$ 4 bilhões. Mas acabou fazendo um acordo com a Casa Branca. De um lado, o Brasil evitaria aplicar as sanções. De outro, Washington prometia retirar as distorções, mas isso nunca ocorreu.

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