Brasil ganha papel estratégico no plano mundial da GM

A norte-americana General Motors está seguindo os passos da japonesa Toyota, que acaba de desbancá-la como maior fabricante de carros do mundo. Na nova estratégia da GM, o método de trabalho de todas as fábricas espalhadas por 36 países está sendo padronizado, uma lição aprendida com a Toyota. Para recuperar a liderança, a montadora americana atacará a concorrente japonesa onde ela é mais frágil: os mercados emergentes. A filial brasileira tem um papel importante nesse plano e recebeu a missão de desenvolver picapes médias para todos os continentes. Também vai trabalhar em conjunto com a filial da Ásia e Pacífico para criar um carro de baixo custo.

"Há dois anos, fizemos uma análise sobre porque a Toyota estava se movendo tão rápido e concluímos que era porque operava como uma companhia única, enquanto nós éramos um grupo com várias companhias agindo cada uma por si, em quatro regiões do mundo", diz Bob Lutz, vice-presidente de Desenvolvimento de Produtos da GM nos Estados Unidos. Lutz, considerado um ícone da indústria automobilística mundial em design e projetos, esteve no Brasil durante dois dias nessa semana. Reuniu seu time de cinco executivos da matriz e mais os brasileiros para avaliar projetos e veículos que podem ser lançados na América do Sul e outros mercados.

A GM iniciou uma nova filosofia de trabalho padronizando dos desenhos e engenharia à manufatura. Cada fábrica utilizará o mesmo método, independente do veículo a ser fabricado. "Pela primeira vez, estamos agindo como uma corporação." Os resultados diz o executivo, serão a melhora da qualidade dos produtos e a redução dos custos. "Vamos bater a Toyota de novo", afirma o executivo. Quando isso vai acontecer? "Antes de eu me aposentar" responde um bem humorado Lutz, aos 75 anos. Questionado quando vai se aposentar, responde de imediato: "Quando ultrapassarmos a Toyota."

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