Brasil está forte, mas não ficará imune à crise, afirma FMI

A situação no Brasil é forte, mas o País não está imune à crise, afirmou nesta quinta-feira (9) o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Em entrevista na sede do Fundo, em Washington, ele disse que nenhum país, ou parte do mundo, está imune à crise financeira, que agora é uma crise globalizada.

O diretor do FMI relembrou pesquisas que citavam a tese do descolamento. “A idéia era que os países emergentes estariam imunes à crise financeira, um argumento no qual nós não acreditávamos aqui (no FMI) desde o início. Explicávamos que nenhuma parte do mundo estava imune e, mesmo que pudesse haver alguns atrasos ou diminuição na força das ondas que estavam atingindo as economias emergentes, teriam conseqüências”, disse.

Strauss-Kahn afirmou que o Brasil tem fundamentos “muito fortes”. Segundo ele, as políticas econômicas dos últimos anos foram corretas, com muitas reservas cambiais acumuladas, medidas que colocaram a economia do País em bom estado. “Mas, mesmo em bom estado, o declínio no crescimento global terá conseqüências no Brasil”, disse.

Strauss-Kahn citou a projeção divulgada pelo FMI nesta semana para o Brasil, de crescimento econômico de 3,5% em 2009. “Para alguns países, por exemplo a França, uma taxa de 3,5% é um grande sucesso. A última vez que tivemos crescimento de 3,5% foi há 10 anos e eu não lembro quem foi o ministro das Finanças. Mas, para o Brasil, obviamente, uma taxa de 3,5% não é tão boa. Tivemos taxa de crescimento entre 5% e 6%, e até mesmo mais que isso. A situação no Brasil é uma situação forte, mas não imune à crise”, emendou.