Brasil é penúltimo no ranking da produtividade

O Brasil está ficando para trás na corrida mundial da produtividade do trabalho na indústria de transformação. Estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o País, depois de ter ocupado a 4.ª posição no ranking mundial na segunda metade dos anos 90, agora despencou para a 22.ª colocação, a penúltima na lista divulgada da entidade.

Entre 2001 e 2004, a indústria experimentou aumento de produtividade média anual de apenas 1,3% O desempenho ruim é explicado por juros altos e baixo investimento.

No levantamento da CNI, a Índia foi o país que apresentou maior crescimento de produtividade em média por ano: 10,1% (período 2001-2003). Em seguida, aparecem no ranking os também asiáticos Cingapura, Malásia e Tailândia, com taxas de respectivamente 8,2%, 6,9% e 6,2% entre 2001 e 2004. Os Estados Unidos ocuparam a 5.ª posição, com produtividade anual média crescendo a uma taxa de 6,1%.

Para a CNI, esse distanciamento do Brasil em relação ao mundo acende um sinal de alerta, sobretudo do ponto de vista das exportações. "Assim como parte do desempenho exportador dos últimos anos é creditada aos ganhos de produtividade da década de 90, o baixo crescimento da produtividade tende a comprometer o vigor dos setores exportadores no futuro", diz a entidade.

A produtividade do trabalho é definida como a produção dividida pelo número de trabalhadores empregados. Em 2005, período que não foi considerado na comparação com os outros países por falta de dados disponíveis destas nações, a produtividade do trabalho na indústria caiu 1,4%. Com isso, na primeira metade desta década, a média anual de expansão desse indicador ficou em apenas 0,7%.

"A redução da produtividade em 2005 é menos preocupante que o baixo desempenho no acumulado do primeiro qüinqüênio desta década", diz o documento. Entre 1996 e 2000, o crescimento médio por ano da produtividade foi de 5,9%, considerando-se os dados de pessoal ocupado na indústria pesquisado pela entidade.

Segundo a CNI, o resultado de 2005 "consolida o primeiro qüinqüênio (dos anos 2000) como um dos piores dos últimos 35 anos, com um desempenho superior a apenas ao da segunda metade da década de 80". De 1986 a 1990, a produtividade da indústria teve uma queda média anual de 0,7%.

Para a entidade, o baixo nível de investimentos, causado pelas interrupções seguidas no crescimento da economia e pelos juros elevados, é a razão para o fraco desempenho da produtividade nos últimos cinco anos. O estudo diz que para o Brasil se recuperar no ranking da produtividade é preciso elevar sobretudo, os investimentos voltados para a inovação tecnológica. "Deixar de fazê-lo significa permitir que o Brasil volte a se distanciar dos demais países do mundo em termos competitivos."

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