Brasil cai no ranking mundial de cartões de crédito

O aumento do dólar fez o Brasil cair no ranking mundial de volume transacionado com cartão de crédito. Em 2000, o País ocupava a 10.ª posição e, em 2001, ficou na 11.ª. O setor movimentou no ano passado R$ 58,6 bilhões (US$ 24,9 bilhões). Em real, houve um acréscimo de 22%, mas em dólar o recuo foi de 5%. Com relação ao número de cartões, o Brasil passou da oitava para a sétima posição, registrando ao final de 2001 35,3 milhões de unidades, 21% mais que em 2000.

De acordo com pesquisa realizada pela Credicard e divulgada hoje (26), nos dois últimos anos países da Ásia foram os que ganharam maior participação no mercado mundial de cartões de crédito. A Coréia do Sul lidera a lista. O volume transacionado passou de US$ 157,2 bilhões para US$ 221,4 bilhões  o que representou uma variação de 40% e colocou o país em quarto lugar no ranking. Em número de cartões, subiu de 38,3 milhões para 57,5 milhões (aumento de 49,9%).

Outros países onde o cartão também está avançando são a China e Taiwan. Ambos registraram crescimento de 23,75 e 37,3% respectivamente, no total de plásticos emitidos. A variação registrada pelo Brasil no ano passado (21,1%) foi a quarta maior do mundo.

Os Estados Unidos ainda estão no topo da lista, com 583 3 milhões de plásticos e movimentação de US$ 1,3 trilhão. Embora seja o país onde o cartão tenha mais penetração, o ritmo de crescimento está diminuindo, em razão do amadurecimento do mercado, avaliou Carla Schmitzberger, vice-presidente de Marketing da Credicard.

Mundialmente, o setor de cartão de crédito movimentou US$ 3 trilhões em 2001 e os norte-americanos responderam por 44%. Já a América Latina ficou com 3%, o que a coloca entre as regiões com maior possibilidade de expansão, junto com a Ásia.

O faturamento do setor no Brasil correspondia no ano passado a 0,85% do volume mundial. Segundo o estudo da Credicard  apenas 34% da População Economicamente Ativa (PEA) possui cartão de crédito. Nos Estados Unidos, este porcentual é de 91%.

Embora a penetração do produto ainda seja baixa, os cartões de crédito estão aumentando sua participação no consumo privado brasileiro, a uma média de 0,9 ponto porcentual ao ano. Em 1994, era 2,6%, passou para 7,3% em 2000 e 8,2% em 2001 (nos EUA, a taxa é de 19%).

O consumo privado brasileiro representa aproximadamente 64% do PIB. De acordo com Carla, a possibilidade de expansão é grande também quando se observa o número de cartões por portador.No Brasil é de 1,9; nos EUA, 4,5. O brasileiro faz em média 3,8 transações por mês. Já o americano faz 7,9. Também o gasto médio mensal é bem superior: US$ 110 contra US$ 780.

De acordo com previsão da Credicard, o setor deve registrar este mês faturamento de R$ 5,7 bilhões, o que representará 14,7% mais que em agosto do ano passado e 1% sobre julho. O número de cartões emitidos continua crescendo. Em agosto de 2001, eram 33 milhões e neste mês deve chegar a 39 milhões.

Vem aumentando também o valor médio de cada compra. Em agosto do ano passado, era R$ 67 e, este ano, já chega a R$ 71. No Brasil, a maior utilização do cartão de crédito é feita em supermercados (26% do faturamento), lojas de vestuário (18%) e turismo (14%) . Em seguida, vêm estabelecimentos diversos (11%), incluídas aí as compras pela internet e por catálogo.

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