O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, avaliou hoje que a trajetória da dívida líquida do setor público é “benigna”. Com a experiência de 14 anos à frente do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes disse que o quadro é favorável para esse indicador que, mesmo com a crise econômica que afetou o nível de atividade econômica, se manteve praticamente estável e vai fechar 2009 no mesmo patamar de 2007.
Segundo ele, o desempenho de 2008, quando a dívida líquida do setor público ficou em 37,3% do Produto Interno Bruto (PIB), foi um ponto “fora da curva” devido ao impacto da desvalorização do real ante o dólar. É que com o dólar mais alto os ativos do País na moeda norte-americana também aumentaram, reduzindo o endividamento. E com a política de acumulação de reservas e redução da dívida atrelada à variação da taxa de câmbio o Brasil passou a ser credor em dólar. Para Altamir, essa mudança no perfil do endividamento público foi fundamental para o País durante a crise financeira internacional.
Em 2009, com a valorização do real frente ao dólar, a dívida subiu e deve fechar o ano em 43% do PIB. As reduções do superávit primário e do PIB também contribuíram para o aumento da dívida este ano. “Mas a tendência é benigna. Passada a crise vamos voltar ao patamar de 2007”, destacou.