BC vai perseguir meta de inflação mais baixa que a definida pelo CMN

Brasília – O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu nesta terça-feira (26) que a meta de inflação para 2009 será de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais de tolerância para mais ou para menos. No entanto, o Banco Central vai mirar uma inflação mais "em linha" com as projeções de mercado, que apontam para algo em torno de 4%.

Ao comentar a definição do CMN, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que as expectativas do mercado são "bastante adequadas" e a política monetária perseguirá este mesmo alvo (4%).

"Nós confirmamos as expectativas do mercado, de que a inflação seja menor do que o centro [4,5%]. Mas nós mantemos esse grau de elasticidade caso haja alguns fatores que elevem a inflação. Isso não vai implicar num choque de juros", justificou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O ministro disse que ao estabelecer os critérios para a definição da meta de inflação, os membros do CMN ponderaram que manter a meta mais elevada seria mais seguro, porque não comprometeria os objetivos de crescimento econômico do governo. "O governo não precisará recorrer a uma política monetária muito austera caso você tenha uma inflação de 4,5%, porque ela está prevista", observou Mantega.

Caso optasse por uma margem menor, segundo explicou o ministro, o BC poderia ser obrigado a interromper a trajetória de queda da taxa de juros, a Selic, para manter a inflação sob controle. Quando existe excesso de consumo, a ponto de ameaçar a inflação, é preciso aumentar a taxa de juros, para retirar o dinheiro de circulação. "Num outro cenário (com inflação fora de controle), com outra perturbação que não podemos prever agora, não haverá risco de nós comprometermos a política de crescimento, como comprometeríamos se tivéssemos uma meta muito apertada", avaliou o ministro da Fazenda.

O CMN também decidiu, por unanimidade, reduzir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6,5% ao ano para 6,25% ao ano para os próximos três meses. A TJLP é usado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em seus empréstimos.

De acordo com Mantega, ao reduzir a TJLP o governo dá demonstrações de que o governo está empenhado em estimular os investimentos.

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