BC teve prejuízo de R$ 10,9 bi até junho

Brasília

  – O Banco Central registrou prejuízo de R$ 10,910 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados ontem pelo seu diretor de Administração, Edison Bernardes. O mau desempenho é explicado pela turbulência no mercado financeiro.

De todo o prejuízo, R$ 10,442 bilhões decorrem da desvalorização dos títulos públicos federais em sua carteira. Além disso, o BC teve despesas no total de R$ 1,097 bilhão com as operações de trocas de títulos (swap). O balanço do BC foi aprovado ontem na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O BC tem em sua carteira R$ 209 bilhões em títulos públicos federais.

Segundo Bernardes, a perda com a desvalorização desses papéis poderá ser revertida, “dependendo do comportamento do mercado”. Se o deságio cobrado sobre os títulos federais prosseguir em queda, como vem sendo registrado nos últimos dias, a carteira do BC volta a valorizar-se e isso refletirá no próximo balanço.

Segundo o chefe do Departamento de Administração Financeira do Banco Central, Jefferson Moreira, dos R$ 209 bilhões da carteira, R$ 166,6 bilhões são marcados a mercado (refletem automaticamente as oscilações da cotação) e outros R$ 42,4 bilhões, levados até o vencimento. Essa forma de contabilizar os títulos foi adotada em junho, atende a padrões internacionais e já vinha sendo recomendada pelos auditores independentes do BC há algum tempo.

Se toda a carteira fosse levada a mercado, a despesa do BC seria R$ 5,4 bilhões maior, ou seja, o prejuízo seria de R$ 16,310 bilhões. “Mas essa despesa não ocorreu”, disse Bernardes. No primeiro semestre de 2001, o Banco Central havia registrado prejuízo de R$ 4,084 bilhões. No segundo semestre, apurou lucro de R$ 7,158 bilhões, de forma que o BC fechou o ano com um resultado positivo de R$ 3,073 bilhões.

O balanço do BC traz ainda um balanço parcial das instituições financeiras incluídas no Programa de Estímulo à Restruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer). No total, os créditos incluídos no programa são de R$ 27,774 bilhões.

Desses, porém, R$ 8,303 bilhões são créditos de má qualidade que não deverão ser recebidos. A expectativa do BC, portanto, é de receber R$ 19,471 bilhões.

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