BC acha que inflação está “perdendo fôlego”

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem que “a inflação está perdendo o oxigênio”. Mesmo com a elevação da estimativa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 10,8% em 2003, Goldfajn disse que a alta na expectativa do BC é decorrente da inflação no primeiro trimestre deste ano, que foi mais alta que o esperado.

No entanto, o diretor lembrou que o IPCA de janeiro, de 2,3%, é muito maior que o projetado para março, de 0,9%. “A queda da inflação é nítida??, afirmou Goldfajn. Segundo ele, as projeções apontam para uma trajetória dentro da meta ajustada nos próximos trimestres. “A direção está correta. A inflação está caindo??, completou.

O diretor do BC destacou que o fato de a inflação ter sido mais alta em 2002 e estar mais elevada em 2003 é o resultado, em parte, do ajuste que foi feito nas contas externas do País no ano passado. Segundo ele, a mudança abrupta?? teve um custo para a economia, que foi a alta da inflação, como resultado da depreciação cambial de 50%.

“Fortes ajustes na conta corrente são acompanhados de queda no PIB (Produto Interno Bruto). Mas, mesmo assim, em 2002, o País cresceu 1,5%??, destacou. Na avaliação do diretor, esse ajuste das contas externas foi feito através dos preços e da substituição de produtos importados. ?Tem que se entender o processo inflacionário como uma seqüência de um ajuste maior??, afirmou.

Sobre a possibilidade de mudar a meta ajustada de 2003, de 8,5% para 9,5%, Goldfajn afirmou que ainda “é prematuro?? para fazer essa mudança. Ele lembrou que o BC, em janeiro, ao definir a meta ajustada de 8,5%, definiu a possibilidade de mudança no caso de os preços administrados (tarifas públicas e preços controlados) subirem além do projetado. Essa estimativa para 2003 já subiu de 14% para 16,8%, o que justificaria a elevação da meta ajustada.

No entanto, Goldfajn disse que há incertezas com relação ao cenário externo, em razão da guerra, e há dúvidas em relação ao aumento do preço internacional do petróleo. Essas incertezas justificam, segundo ele, a manutenção da meta ajustada em 8,5%.

O diretor afirmou ainda que não sabe prever em que tempo o BC terá informações suficientes para decidir sobre a mudança da meta ajustada ou pela sua manutenção. “Em momentos de incerteza, não vale a pena mudar??, disse.

Voltar ao topo