Banco do Brasil faz reestruturação

Brasília – O presidente do Banco do Brasil (BB), Antônio Francisco de Lima Neto, anunciou ontem um conjunto de ações de reestruturação operacional para permitir um aumento de eficiência e ganho de escala da instituição financeira. ?Nossa premissa com as medidas é racionalizar e aperfeiçoar o banco dentro do cenário de competição?, afirmou Lima Neto. Segundo ele, haverá inicialmente uma centralização das operações de suporte em atividades de logística e apoio negocial.

Atualmente, o BB tem 24 Núcleos de Apoio aos Negócios de Crédito e 19 Gerências Regionais de Logística espalhados pelo País, que serão centralizados em apenas cinco Centros de Suporte Operacional que ficarão localizados em São Paulo, Belo Horizonte Brasília, Curitiba e Recife. ?Não há sentido em manter uma rede de apoio tão grande e dispersa?, afirmou Lima Neto.

Além dessa medida, o BB pretende implantar um novo modelo de relacionamento com clientes dos segmentos de pessoas físicas, agroempresários e micros e pequenas empresas, criando mais cargos de gerente de contas em várias agências do Brasil. ?Isso vai aumentar o nosso contato com os clientes?, justificou o presidente do BB. O banco ainda vai reforçar a estrutura de 415 agências da instituição consideradas de pequeno porte hoje.

Demissão

A diretoria do BB estima que as medidas vão afetar um universo de 1.196 funcionários e avalia que, desses, 366 trabalhadores poderão deixar a instituição por adesão aos programas de demissão e aposentadoria voluntários que foram lançados ontem, quando o vice-presidente de Relacionamento com Pessoal, Luis Osvaldo Santiago Moreira, se reuniu com representantes de sindicatos para apresentar as medidas e as condições dos planos de desligamentos.

Em um ?fato relevante? publicado ontem em alguns jornais do País, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) critica as medidas do BB e informa que vai pedir nos próximos dias audiências nos Ministérios do Planejamento, Trabalho, Fazenda e Ministério Público do Trabalho para tentar impedir a diretoria do banco de implementar as medidas.

Sindicato fecha central de atendimento

O Sindicato dos Bancários de Curitiba fechou ontem pela manhã a Central de Atendimento do Banco do Brasil em São José dos Pinhais. O protesto, contra o processo de reestruturação do banco, foi suspenso às 13h30 seguindo orientação nacional.

Em Curitiba, há previsão de que em 52 agências ocorra terceirização. De acordo com um contrato assinado entre a empresa Cobra Tecnologia e o Banco do Brasil, todo o processamento de envelopes (auto atendimento) será realizado por terceirizados. Este processo compromete o sigilo bancário dos clientes. Por isso, o Sindicato dos Bancários ingressará com uma ação judicial para impedir a terceirização e com isso proteger os clientes. ?Trata-se de uma atividade fim, ou seja este serviço tem que ser realizado por bancários e não por terceiros. O Sindicato irá mover uma ação judicial para reverter este contrato?, explica Marisa Stedile.

?Chega de irresponsabilidade social. O banco lançou uma campanha dizendo que todos seriam seus donos, mas na verdade, o Banco do Brasil é um banco de ninguém. As pessoas estão relegadas a segundo plano, o que importa são os números?, afirma Pablo Diaz, funcionário do BB e diretor do Sindicato.

Assembléia

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região vai realizar assembléia-geral para funcionários do BB, com intuito de viabilizar alternativas de resistência à reestruturação proposta pela diretoria do banco. A assembléia será realizada amanhã, às 19h, na Sociedade Thalia (Comendador Araújo, 338). A assembléia também irá deliberar sobre realização de movimento de greve.

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