Banco Central não vê razão para rever estimativa do PIB

O diretor de política econômica do Banco Central, Mário Mesquita, afirmou hoje que a estimativa oficial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, de 0,8%, foi mantida pela autoridade monetária porque, segundo ele, “não tivemos razão para revê-la”.

 Ele lembrou que a previsão de 0,8%, anunciada em junho, era, na época, distante do consenso de mercado e era considerada otimista demais pelos analistas.

“Estamos confortáveis com essa previsão e resta saber se o mercado vai nos acompanhar”, disse, ao lembrar que, para o BC, a crise geraria uma desaceleração de curta duração.

Mesquita também anunciou que a previsão de taxa média de desemprego em 2009 caiu de 9,7%, em junho, para 8,1% no relatório divulgado hoje. Para dezembro de 2009, especificamente, ele espera desemprego de 6,7% que, se confirmado, será o menor da série histórica iniciada em 2002 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que em dezembro de 2008 a taxa havia sido de 6,8%.

Segundo ele, o mercado de trabalho apresentou “notável resiliência” à crise. As razões para esse comportamento, afirmou, foram a estabilidade da economia, inflação controlada, aumento da renda e a pouca sensibilidade à crise no segmento de serviços, que é o que atualmente o que mais emprega no país.

O diretor do BC também comentou que os programas sociais do governo tiveram papel importante no enfrentamento da crise. Segundo ele, os programas de transferência de renda e assistência social como o Bolsa Família se mostraram muito efetivos na redução dos efeitos da crise.

Compra de dólares

Mesquita defendeu também a política de compra de dólares no mercado à vista para reforço das reservas internacionais. Ele afirmou que a estratégia será mantida até que as reservas atinjam um patamar considerado ideal pela autoridade monetária. “Quando o limite for atingido, o mercado será comunicado.”

Para o diretor de Política Econômica do BC o fluxo de capitais para o Brasil está relacionado à recuperação da economia e não a um movimento para se aproveitar do diferencial de taxa de juros.

Para corroborar essa avaliação, Mesquita citou que neste ano até agosto entraram cerca de US$ 13 bilhões para investimento em ação e cerca de US$ 3,4 bilhões para investimentos em títulos de renda fixa. “O interesse do investidor ocorre por conta da recuperação da economia e da melhor performance do Brasil”, disse Mesquita.

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