Auditoria fiscaliza pesagem no porto de Paranaguá

Nos últimos anos, de acordo com a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), empresas internacionais vinham reclamando da diferença verificada nas cargas. Muitas vezes o volume (peso) embarcado não era o mesmo registrado na balança dos terminais. Com isso, além de prejuízos para as empresas, a imagem e a credibilidade do Porto de Paranaguá ficaram abaladas. De acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), resolver esse problema foi uma exigência para que ?o porto público continue a ser respeitado?. Para regularizar a situação a Câmara Setorial de Terminais da Aciap instalou uma espécie de ?auditoria?.

Em reunião realizada ontem pela manhã, na Aciap, representantes das empresas e terminais particulares, da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), dos sindicatos dos operadores portuários e das agências de navegação, da Receita Federal e do porto discutiram o relatório sobre como está a questão da diferença atualmente. ?Este é um problema que nunca deixou de existir, sempre se tentou fazer algo para regularizar o problema, mas nada foi feito. Agora, pela primeira vez, há uma convergência entre todos os operadores do setor no sentido de melhorar. No últimos dois meses tem diminuído o problema, mas até outubro de 2006 verificou-se casos graves de diferenças grandes de peso?, afirma Victor Pinto, presidente da Câmara Setorial de Navegação da Aciap.

Essa disparidade pode acontecer em qualquer uma das etapas do processo até o navio. Como explica José Antônio Pereira, representante da Standard Brazil, empresa contratada pela Câmara de Terminais para verificar as quantidades embarcadas através do peso do navio (draft), a idéia do trabalho é cercar o problema de todos os lados. Além da Standard, outras empresas independentes participam – uma através do levantamento das linhas, dos armazéns aos navios, para verificar se há possíveis fugas, e outra através da verificação das balanças.

De acordo com o relatório que Pereira apresentou na reunião, do último dia 9 de novembro até o último dia 5, nos terminais privados e do porto, a diferença total verificada foi de 377.449 quilos, em excesso, nas cargas embarcadas, ou seja, 0,04% do total. Segundo ele, é tolerável uma diferença de até 0,5%. Nesse período, o maior excesso de carga verificado foi de 1,4% de uma carga de 10,35 mil toneladas e a maior falta foi de 0,97% de uma carga de 16,1 mil toneladas.

Sobre o trabalho dessas empresas envolvidas na busca de solução, o presidente da Câmara de Terminais, Silvio Gori, afirmou que a intenção da Aciap é também reduzir a diferença entre o draft e as balanças, para retomar a credibilidade do Porto de Paranaguá. ?Se o problema persistir, a questão da credibilidade fica comprometida e o cliente passará a evitar o nosso porto. Hoje, os terminais estão comprometidos em melhorar, para isso o trabalho deve ser constante e as operações de acompanhamento devem ser permanentes?, sugere.

Porto

Em nota enviada à redação, a Appa esclarece que ?fez a exigência de adequação às normas nacionais e internacionais que determinam que a diferença de peso não pode ser superior a 1% do total depois que comprovou, em agosto de 2006, irregularidade no embarque de soja nos terminais privados. Uma comissão formada por técnicos da Appa, operadora e cooperativa esteve na Espanha, no porto de Valência, local de destino da carga embarcada no navio Paschalis, em Paranaguá, para auditar a carga e constatou que a diferença estava fora das normas, sendo de 1,14%?.

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