Antes de recessão aprofundar, indústria cortou 221 mil empregos em 2014, diz IBGE

Os primeiros trimestres da recessão, em 2014, foram marcados pelo corte de 220.747 vagas de trabalho nas indústrias de todo o País. As empresas industriais encerraram aquele ano com um contingente de 8,8 milhões de empregados, número 2,44% menor do que o verificado em 2013, conforme a Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa 2014, divulgada nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A “manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos” foi o segmento industrial que teve a maior queda relativa no total do pessoal ocupado, com tombo de 9,41% de 2013 para 2014, para 220.807 empregados. Em seguida, vem “fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias”, com queda de 8,03%, para 507.247 empregados.

Os dados do IBGE mostram que o número de empresas industriais ficou inalterado na passagem de 2013 para 2014, sugerindo que as demissões puxaram a redução do pessoal ocupado na indústria.

Segundo a PIA 2014, o número de empresas industriais instaladas no Brasil cresceu 0,08% na passagem de 2013 para 2014, quando o número chegou a 334.752 firmas. Em 2014, foram contabilizadas apenas 278 empresas industriais a mais do que no ano anterior. Com isso, a média de pessoal ocupado por empresa caiu de 27 para 26 empregados.

A economia ficou estagnada em 2014, mas o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getulio Vargas (FGV) identificou o início da recessão atual no segundo trimestre daquele ano.

Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) ficou estável, com alta de 0,1%, mas, na média, o mercado de trabalho ficou favorável. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desemprego ficou em 6,5% no quarto trimestre do ano, embora a indústria já tivesse começado a apresentar piora no emprego naquele ano.

Em 2015, a recessão piorou e o PIB encolheu 3,8%, maior retração em 25 anos. A piora no mercado de trabalho acelerou e a taxa de desemprego chegou a 9,0% no quarto trimestre.

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