África do Sul voltará a comprar carne bovina do Brasil

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, mostrou-se confiante hoje na reabertura do mercado importador de carnes suína e bovina brasileiras pela África do Sul já nos próximos dias. Kroetz viaja amanhã à África do Sul para “vender” o produto nacional e pretende estar de volta na próxima quinta-feira, com o resultado prático da negociação. “Quero ver se volto de lá com boa notícia, com o mercado reaberto”, comentou. O secretário argumentou que o seu otimismo está relacionado com a inexistência de problemas sanitários no Brasil e com o reconhecimento dessa situação pelo país.

A África do Sul suspendeu a importação de carnes bovina e suína brasileiras em 2005, com a notícia de que o gado bovino estava contaminado pela febre aftosa. Desde então, os demais países já reabriram o mercado para o Brasil, mas a África do Sul ainda manteve-se fechada no período. Esta semana, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, já havia mostrado otimismo em relação à abertura de novos mercados de carne suína no ano que vem, citando o Japão e a China. Na ocasião, ele comentou que a reabertura da África do Sul ocorreria antes, mas não mencionou data. Quando comprava carne brasileira, a África do Sul era, lembrou Kroetz, um grande importador, ficando sempre na quarta ou quinta posição entre os maiores importadores.

Gripe suína

A notícia de que a influenza A chegou a suínos na Argentina trouxe um alerta para o Ministério da Agricultura, conforme relatou o secretário de Defesa Agropecuária. “A informação não nos surpreende, mas é claro que incomoda”, disse. Segundo ele, o ministério não mudará nenhum procedimento neste momento. “Mas se houver qualquer suspeita nessa área, logo saberemos, pois há 5 mil veterinários em sistema de vigilância ativo”, afirmou.

Kroetz lembrou que as medidas de biossegurança já estão elevadas no País. “Agora, a tolerância é zero”, enfatizou, referindo-se à orientação de que os produtores não recebam visitações, afastem do trabalho funcionários com problemas respiratórios de qualquer espécie, proibir ingresso de material de risco e evitem presença em locais de produção vizinhos. A fiscalização in loco cabe ao proprietário da granja. Ao governo, cabe apenas o controle do trânsito dos animais. “Quando acontecer a ameaça, estaremos preparados para isso”, disse.

Caso a doença seja verificada também em solo doméstico, haverá isolamento da granja de suínos, segundo Kroetz. Ele lembrou que a influenza não é mortal para o animal, que deve passar apenas por um período de quarentena, se for constatada a influenza, antes de ser abatido. “O animal não é sacrificado. Ele apresenta sintomas brandos e não há letalidade no meio”, explicou.

O secretário afirmou que os animais doentes não vão para o mercado, pois passam por uma inspeção antes de serem abatidos. Ele admitiu que há sempre a possibilidade de transmissão entre as espécies, como ocorreu agora no país vizinho, de homens para os suínos. Isso não quer dizer, no entanto, de acordo com Kroetz, que a suinocultura brasileira esteja em risco. “É claro que há muito a ser aprendido com essa virose”.

O rebanho brasileiro, pelos cálculos do ministério, é formado por aproximadamente 35 milhões de porcos, com a maior concentração na Região Sul, justamente fronteira do Brasil com a Argentina. A importação doméstica é ínfima, de acordo com o secretário. “Não há razão para pânico e nem para parar de consumir carne”, disse.

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