Ações de Manguinhos voltam a ser vendidas e caem 69%

As ações da refinaria de Maguinhos voltaram a ser vendidas na tarde de hoje e caíram mais de 69%, de acordo com a Bovespa. A retomada das negociações foi determinada pelo Tribunal Regional Federal do Rio, após pedido da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Os papéis não eram negociados desde o dia 15, a pedido da empresa, após o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), anunciar a intenção de desapropria o terreno onde funciona a refinaria. O objetivo é construir unidades habitacionais para atender a moradores de Manguinhos, favela que foi pacificada neste mês e receberá uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Para evitar uma perda maior de valor de suas ações, a refinaria queria que as vendas ficassem suspensas até o dia 6 de novembro, quando está prevista uma assembleia de acionistas para definir ações após a desapropriação da área. O decreto que definiu a área como de utilidade pública –primeiro passo para a desapropriação– foi publicado na última terça-feira.

A CVM alega que, com a publicação do decreto, a informação sobre a desapropriação deixou de ser “vaga, incompleta”. Instrução da comissão só permitiria a interrupção das negociações sob essa justificativa.

Após uma guerra de liminares desde sexta-feira, a CVM obteve hoje decisão favorável à retomada dos negócios, assinada pelo desembargador federal José Antônio Lisbôa Neiva.

Com a abertura das negociações, os papéis ordinários de Manguinhos caíram 69,69%, a R$ 0,27 a ação. Já as preferenciais tiveram uma queda de 67,85%, cotadas a R$ 0,20. Para determinar o novo patamar de preço das ações, a Bovespa teve de fazer o leilão. O último dia de negociação das ações havia sido em 11 deste mês, quando os papéis fecharam a R$ 0,84 (ON) e R$ 0,66 (PN). Ao todo, o leilão teve um giro financeiro de R$ 1,586 milhão.