Ação incisiva contribuiu para recuperação rápida

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton de Araújo, destacou hoje que a recuperação das bolsas e do comércio internacional após a crise do fim de 2008 foi mais rápida que a verificada depois da crise de 1929. Segundo ele, isso ocorreu em função da atuação mais incisiva do governo para enfrentar as dificuldades. Ele ressaltou que a atual recuperação da economia mundial é liderada pelos países emergentes e que esse movimento leva a uma elevação na inflação na grande maioria das nações.

Em entrevista sobre o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje, Hamilton ressaltou o aumento do déficit em conta corrente do Brasil e atribuiu o desempenho ao fato de o País estar aumentando os investimentos, em um ambiente de baixa taxa de poupança. Ele também mencionou que a taxa de câmbio no Brasil atualmente, em relação a uma cesta de 15 moedas, está valorizada, considerando a série histórica.

PIB

O diretor disse ainda que a elevação na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, feita hoje no relatório, é a maior já feita pelo BC de um trimestre para outro. De acordo com o documento divulgado, o BC estima que a economia brasileira cresça 7,3% este ano. No relatório anterior, a previsão era de alta de 5,8%.

Araújo destacou que o mercado de capitais brasileiro já superou os efeitos da crise de 2008, mas convive com maior volatilidade, por conta da crise na Europa. Além disso, o mercado de crédito no Brasil segue em expansão, liderado pelas pessoas físicas, no lado da demanda, e pelos bancos privados nacionais, no lado da oferta de financiamentos. Ele ressaltou que o endividamento das famílias cresce de forma equilibrada.