É justo que haja um pouco de pressão política, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva listou realizações do seu governo na área de saúde antes de tocar no assunto da crise política, em discurso há pouco em unidade da Fiocruz, no Rio. Para o presidente, "o Brasil vive um momento de paradoxo", dando a entender que as pressões políticas ocorrem simultaneamente a avanços do governo.

O presidente fez comparativo com o governo FHC ao citar que foram investidos na sua gestão, até o momento, "14 vezes mais em saneamento básico do que de 1999 a 2002, e que, ainda, o País gerou uma média mensal de 104 mil empregos com carteira assinada no s últimos 30 meses contra 8 mil empregos mensais nos oito anos que nos antecederam".

Sempre contrapondo as realizações governamentais à crise Lula afirmou que "se o Brasil está andando assim é justo que haja um pouco de pressão política". E acrescentou que "tenho dito repetidas vezes que sempre fui defensor de CPI e não posso ser contra nenhuma. Tem que apurar, fazer o que tem que ser feito. As pessoas que erram têm que ser punidas".

Mas o presidente ressaltou que "não podemos perder de vista que nenhum debate político, por mais necessário e significativo que seja não pode permitir que o povo brasileiro seja vítima da sua pequenez (do debate)". Lula disse ainda em seu discurso que o Brasil vive um momento "de boa probabilidade, de pela primeira vez construir um ciclo de desenvolvimento sustentável com crescimento mais duradouro. Não é fácil fazer as coisas com muita seriedade nesse País".

Para o presidente, "é preciso fazer uma espécie de divisor: o debate no Congresso Nacional é legítimo, mas o papel do governo é trabalhar porque o povo quer mesmo é resultado, é saber se no frigir dos ovos sua vida está melhor do que quando entramos no governo".

A solenidade de inauguração oficial do complexo tecnológico de medicamentos da Fiocruz, no Rio, contou com a presença de Lula, do ministro da saúde, Saraiva Felipe, e do ex-ministro Humberto Costa. A crise política havia sido citada por Felipe antes de Lula, quando ele disse que "estamos sob turbulência no Brasil, fatos estão sendo apurados, mas mais do que isso temos a força da seriedade e a certeza que o futuro da Nação é mais importante".

Lula citou várias realizações no campo da saúde no seu discurso e aproveitou a oportunidade para agradecer ao ex-ministro Humberto Costa e elogiar a sua gestão no Ministério da Saúde.

O presidente seguiu para a refinaria Duque de Caxias (Reduque) onde participará da solenidade de posse do novo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. No fim da tarde, segundo a agenda, Lula embarca para São Paulo.

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